Os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil em novembro, quando o país vai sediar a Cúpula do G20, principal fórum de cooperação econômica internacional. Aqui estarão representantes das 19 maiores economias do Planeta, além da União Europeia e, pela primeira vez, a União Africana.
Com o slogan “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, o fórum buscará acordos que promovam desenvolvimento econômico e social global.
Mas o que de fato é o G20, o que ele aborda e qual papel ele desempenha?
O professor Williams da Silva Gonçalves, do Departamento de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, respondeu essas questões, abordando primeiro o contexto em que o G20 foi criado.
Segundo ele, ao longo da história os países economicamente mais desenvolvidos, e militarmente mais fortes, impunham as regras que regiam o mundo. E o surgimento do G7, grupo das sete maiores economias, em 1975, veio para reforçar isso. Esse grupo restrito passou a assumir e administrar as regras globais do capitalismo.
Mas, com o maior protagonismo das nações menos desenvolvidas, ganhou força também a insatisfação com o fato de o sistema internacional ser governado por um pequeno grupo. E assim surgiu o G20, em 1999.
Hoje, o Grupo é composto, além do Brasil, pela África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, e os dois órgãos regionais: União Europeia e União Africana.
Juntos, representam nada menos que 85% do Produto Interno Bruto mundial, mais de 75% do comércio e cerca de dois terços da população do planeta.
O professor Williams Gonçalves afirma que o G20 se transformou, então, em uma espécie de “governo do mundo”.
Um fator que, segundo o professor, determinou também o crescimento do número de países responsáveis por “governar o mundo”, e que se impõe como um dos papéis fundamentais que o G20 desempenha, é a existência de temas e questões internacionais que só podem ser resolvidas ou ao menos equacionadas com a cooperação entre os países. São temáticas que vão muito além das grandes questões econômicas, alcançando também iniciativas políticas e sociais.
Por aí conseguimos entender o tamanho e a importância do Grupo, já que ele trata de temas e questões que impactam a todos a cada dia.
A Cúpula do G20 este ano acontece no Brasil porque o país atualmente exerce a presidência rotativa do grupo. O principal ponto da agenda acontecerá nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, quando chefes de Estado e de Governo irão aprovar os acordos negociados ao longo de todo um ano, tanto em reuniões presenciais quanto virtuais, nas cidades-sede das cinco regiões do Brasil.