Há exatamente um mês, em plena madrugada de quarta-feira de cinzas, 14 de fevereiro, dois detentos perigosos realizaram uma ação inédita: uma fuga de uma penitenciária federal de segurança máxima. De lá para cá, a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e os municípios próximos estão em total atenção na expectativa de captura dos dois criminosos.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobrevoou a região de buscas nessa quarta-feira, e conversou com as coordenações das forças policiais que atuam na operação de captura de Deibson Nascimento e Rogério Silva. Os dois fugitivos foram vistos, pela última vez, no dia 2 de março, por moradores da zona rural do município potiguar de Baraúna.
Mais de 600 agentes continuam mobilizados, das polícias Federal, Rodoviária Federal, Penal, Força Nacional e polícias locais. Cães farejadores confirmaram a presença da dupla, na terça-feira desta semana, na região que está cercada.
Ao longo das últimas semanas, os foragidos fizeram reféns na região e chegaram a se esconder dentro de buracos, na terra, para escapar da polícia. Sete pessoas foram presas, de acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, suspeitas de ajudar os criminosos na fuga.
O Ministério da Justiça abriu um processo contra a construtora responsável pela reforma no pátio do presídio federal de Mossoró. Vale lembrar que os foragidos usaram ferramentas que encontraram, largadas dentro da penitenciária, para abrir o buraco por onde fugiram. A PF também recebeu um ofício para investigar a empresa contratada para manutenção do presídio.
Ao longo deste mês de buscas, várias medidas foram tomadas no sistema prisional, como a intervenção na penitenciária federal em Mossoró, com o afastamento do diretor e de servidores. A Secretaria Nacional de Políticas Penais criou um comitê para fiscalizar as estruturas físicas das cinco penitenciárias federais espalhadas pelo país.
As celas das cinco unidades passaram a ser revistadas diariamente, assim como os pátios de sol. Foi determinada a substituição das câmeras de videomonitoramento sem funcionamento, a implementação de um sistema de circuito fechado de televisão, e aquisição de mais câmeras, inclusive térmicas. No início do mês, 23 presos também foram transferidos para outras penitenciárias federais.