O Ministério Público de São Paulo vai investigar a denúncia de funcionários do sistema público de saúde de Santos, no litoral paulista. Segundo relatos à Ouvidoria das polícias no estado, corpos de pessoas mortas em supostos confrontos com PMs, durante a Operação Verão, estão sendo levados como vivos para hospitais da região. Dessa forma, seria evitada a perícia no local.
Desde o início da Operação Verão, no dia 3 de fevereiro, 39 pessoas foram mortas em supostos confrontos com a PM. No último domingo, uma comitiva com a participação do ouvidor da Polícia, Cláudio Silva, esteve no litoral, onde coletou relatos de abusos e violência em comunidades locais.
Segundo a Prefeitura de Santos, o Samu faz o atendimento de feridos no local e o transporte dos pacientes para unidades de saúde da rede SUS. Quando constata que a vítima está em óbito, é acionado o IML – Instituto Médico Legal. Ou seja, oficialmente, o Samu não teria transportado pessoas já mortas.
Na última quarta-feira (6), em audiência na Alesp, a Assembleia Legislativa paulista, o secretário da Segurança Pública Guilherme Derrite, afirmou que não reconhece excessos na ação da Polícia Militar durante a Operação Escudo e a Operação Verão, e que o órgão não recebeu nenhuma reclamação formal sobre violência policial.
Já a Ouvidoria da Polícia do Estado encaminhou 44 ofícios à Corregedoria da Policia Militar e ao Comando Geral da Polícia Militar de São Paulo, além de outros órgãos, estaduais e nacionais. E informou que nenhum dos ofícios foram respondidos.
