Haitianos e venezuelanos denunciam xenofobia nos abrigos do RS
![Pedro Piegas/PMPA CHUVAS NO RS - ABRIGOS - Porto Alegre, RS, Brasil - 09/05/2024 - Abrigo de acolhimento das famílias da enchente do Guaíba no Centro Vida. Local: Centro Vida, Av. Baltazar de Oliveira Garcia - Costa E Silva. Fotos: Pedro Piegas/PMPA](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
Imigrantes haitianos e venezuelanos afetados pelas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul têm relatado casos de xenofobia e discriminação nos abrigos que acolhem as vítimas da catástrofe climática. A Agência das Nações Unidas para Refugiados afirma que 46 mil refugiados vivem no estado gaúcho, a maioria de venezuelanos, haitianos e cubanos.
A presidente da Associação dos Haitianos no Brasil, Anne Milceus Bruneau, trabalha como voluntária em um abrigo da zona norte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e contou que a xenofobia se reflete em coisas como as refeições.
“As comidas principalmente estão sendo servidas cruas. A comida do almoço é a mesma do jantar. Eles solicitam para trocar comida, mas não trocam. Têm várias crianças que não estão comendo direito, têm adultos que não estão comendo direito porque a comida está sendo crua”.
A presidente da Associação que reúne os imigrantes do país caribenho diz que além de comida crua, há casos de refugiados recebendo apenas uma escova de dente por família e que o acesso à água estava sendo insuficiente. Anne acrescentou que as roupas e outros materiais de higiene também não estariam sendo distribuídos igualmente entre os desabrigados.
“Quando eles vão lá pedir uma coisa, às vezes eles dizem que não tem, mas quando vem o representante da associação, ou eu mesma, a gente pede e eles dão para nós e nós entregamos para os imigrantes. Eu até entendo que não tem muito. Não estavam dando desodorante pros imigrantes, estavam dando uma escova de dente por família. Não estão dando garrafas de água, quem tem sede tem pegar de copo em copo.”
A Acnur confirmou que os relatos de casos de xenofobia não são isolados.
O estado gaúcho foi o que mais recebeu venezuelanos durante a Operação Acolhida do governo federal. Dos cerca de 100 mil imigrantes que foram transferidos de Roraima para demais unidades da federação, no processo conhecido como interiorização, cerca de 21 mil foram deslocados para o Rio Grande do Sul.
As fortes chuvas no estado deixaram 76 mil pessoas em abrigos, segundo boletim da Defesa Civil divulgado ao meio dia desta quarta-feira.
O Banco Mundial estima que, até 2050, cerca de 17,1 milhões de pessoas serão deslocadas internamente em seus países na América Latina devido às mudanças climáticas, o que representa 2,6% da população.
* Com colaboração de Lucas Pordeus León
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