Mais de 41% dos domicílios duráveis urbanos no Brasil apresentam pelo menos um tipo de inadequação, ou seja, tem alguma característica que pode trazer prejuízo à qualidade de vida dos moradores. São ao todo mais de 26 milhões de residências nesta situação.
É o que aponta a pesquisa Déficit Habitacional do Brasil, divulgada nesta terça-feira (7) pela Fundação João Pinheiro, instituição responsável pelo cálculo do déficit habitacional brasileiro, em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades.
O estudo aponta ainda que as moradias inadequadas são ocupadas especialmente pelos segmentos de mais baixa renda chefiados, na sua maioria, por mulheres e pessoas que se declaram não brancas, como explica Raquel Viana, pesquisadora da fundação João Pinheiro.
“A maioria dos domicílios inadequados é chefiado por mulheres. E também se a gente for olhar o critério raça cor a gente vai ver que a maior parte dos domicílios inadequados, dos domicílios urbanos inadequados são chefiados pela população parda ou preta”.
A pesquisadora destaca também que a distribuição dos domicílios inadequados por regiões é marcada por disparidades.
“Mostra uma permanência das desigualdades regionais. As grandes regiões Norte e Nordeste são aquelas que possuem maior número de domicílios considerados inadequados, e a região Sudeste é a que possui menor percentual”.
Exemplos de inadequações são a carência de infraestrutura urbana, como energia elétrica, abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo.
Do total de domicílios inadequados, aproximadamente 12 milhões estão na Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida, com renda total de até dois salários mínimos.