Os resgates de animais continuam em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre. No bairro Mathias Velho, voluntários e bombeiros ainda precisam utilizar barcos para percorrer as ruas. É nessa região que fica um enorme abrigo para animais: cerca de 2,7 mil estão lá.
Em breve, eles vão ser removidos para outra área cedida pela mesma empresa que é dona do atual terreno.
Os bichos são acolhidos, limpos, recebem curativos e alimentação. O trabalho é todo voluntário. Só o transporte dos animais para o novo local foi cedido pela prefeitura.
As casinhas foram improvisadas e materiais de limpeza, medicamentos e comida foram doados.
A estudante de veterinária Katiuska Leivas é uma das responsáveis pelo abrigo. Ela conta que o plano é esperar as águas baixarem.
“Quando a água baixar, dar um período pra essas pessoas retomarem suas vidas, que a gente a sabe que não vai ser nada fácil, e liberar depois pra adoção. Se, por exemplo, em dois meses não aparecer tutor, vamos liberar, porque não tem como a gente ficar com todos esses animais. A gente já sabe que muitos não vão retornar pra casa”.
Inclusive a ideia é transformar esse trabalho em uma ONG, segundo Katiuska.
“Não podemos simplesmente virar as costas e voltar às vidas. Vamos fazer o quê com esses animais? Então, a gente teve que entender que vamos ter que abraçar essa causa e seguir com ela. Ou passar, no futuro, pra alguém que queira seguir coordenando tudo isso”.
O nome escolhido é Pata Molhada, que já tem perfil no Instagram - @patamolhada.oficial.
Os resgates acontecem em outros locais também. A veterinária Sheila Kircher dedicou muitas horas e dias ajudando na capital Porto Alegre.
“É muito ruim ficar em casa sem fazer nada. Eu perdi uma amiga na enchente e eu fiquei me sentindo muito impotente, sem poder ajudar ela, num momento em que ela precisou. Então, também pra ocupar a cabeça, eu achei melhor vir e ajudar no que eu podia”.
De acordo com o governo federal, mais de 12,3 mil animais foram resgatados no Rio Grande do Sul por causa das chuvas.