Brasil prepara resolução sobre comercialização de fórmulas infantis

Publicado em 06/06/2024 - 07:30 Por Fabiana Sampaio - repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro

O Brasil está elaborando um projeto de resolução para regulamentar a comercialização e o marketing digital de fórmulas infantis para alimentação de bebês. O objetivo é apresentar o documento na Assembleia Mundial da Organização Mundial de Saúde no ano que vem.

Na Assembleia deste ano, realizada no fim de maio, o país fez uma declaração conjunta em nome de 27 nações, defendendo essa regulamentação e sua inclusão no Código Internacional.

De acordo com o Ministério da Saúde, dados de 126 países apontam aumento das vendas de fórmulas lácteas e os ambientes digitais estão se tornando a fonte predominante de venda desses produtos, com o marketing digital ampliando o seu alcance. 

Maíra Domingues, coordenadora da Assistência do Banco de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, Fernandes Figueira, cita estudo recente publicado na revista The Lancet, que mostra que 4 a 7% da receita das vendas anuais das fórmulas são gastos apenas com o marketing. A quantia chega a três bilhões de dólares. Segundo a especialista, essas propagandas exploram de maneira distorcidas comportamentos normais dos bebês.

Raphael Barreto, gerente de Obesidade Infanto-Juvenil do Instituto Desiderata, também avalia que a regulamentação é fundamental para a proteção das crianças.

Atualmente menos da metade dos bebês menores de 6 meses no mundo são amamentados exclusivamente com leite materno. O Brasil acompanha a taxa global, com cerca de 46%, e só 35% desses bebês continuam mamando no segundo ano de vida.

A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam que todas as crianças sejam amamentadas até os 2 anos ou mais e que até os 6 meses o bebê receba apenas o leite do peito.

A falta de apoio social às mães que amamentam, segundo Maíra Domingues, contribui para que as taxas do aleitamento materno permaneçam baixas no país, mesmo com todas as campanhas e recomendações.

Nilva Mota, de Brasília, mãe da pequena Alice Vitória, de 11 meses, valoriza a amamentação e diz que vai continuar amamentando sua bebê.

Josineide Garcia, de Santaluz, na Bahia, também quer continuar amamentando seu bebê de oito meses.

O ato de amamentar traz benefícios para as crianças e para as mulheres, com redução da mortalidade neonatal e infantil, redução do risco de diabetes e obesidade e proteção contra o câncer de mama e de ovário.

O Ministério da Saúde quer alcançar, até 2030, a taxa de 70% das crianças menores de 6 meses em aleitamento materno exclusivo e 60% em aleitamento continuado até os 2 anos.

*Com produção de Joana Lima

Últimas notícias
Educação

Greve nas federais: professores terão nova rodada de negociações

Diante disso, os grevistas fizeram um ato em frente ao prédio do órgão e pediram um novo encontro, que foi atendido.

Baixar arquivo
Saúde

Casos de gripe estão em queda na maior parte do país

Os dados são da Fiocruz, e mostram também uma desaceleração nos seis estados que ainda estão em alta. O monitoramento corresponde à semana de 26 de maio a 1º de junho.

Baixar arquivo
Educação

Discussão sobre concessão de gestão de escolas públicas chega ao STF

A discussão entre grupos favoráveis e contrários ao projeto do governo do Paraná de conceder a gestão de escolas públicas estaduais à iniciativa privada chega ao Supremo Tribunal Federal.

Baixar arquivo
Cultura

Festival Guarnicê de Cinema começa hoje em São Luís

São mais de 200 filmes inéditos, entre curtas e longas, que serão exibidos até o dia 14 de junho.  A cerimônia de abertura acontece no centenário Teatro Arthur Azevedo e celebra a carreira da atriz Bete Mendes.

Baixar arquivo
Saúde

Ministério da Saúde alerta para risco de queimaduras em festas juninas

Segundo o Ministério da Saúde, é nessa época do ano que há um aumento de casos de queimaduras. 

Baixar arquivo
Geral

Guaíba fica abaixo do nível de alerta pela 1ª vez desde início de maio

Às 9h, o nível da água estava em 3,12 metros, quando o alerta é de 3,15 metros. Desde segunda-feira, o lago está abaixo de 3,60 metros, que é a cota de inundação. No dia 6 de maio, chegou ao mais alto: 5,33 metros.

Baixar arquivo