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Dia dos Pais: homens se reinventam para educar filhos sem machismo

Eles rompem ciclos de ausência e recusam ensino desigual de gênero
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Gabriel Corrêa* - repórter da Rádio Nacional
11/08/2024 - 07:10
São Luís
Brasília, (DF) , 08/08/2024 - Tela do celular do senhor Americo Oliveira ( Aposentado).Materia Dia dos Pais. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.
© Valter Campanato/Agência Brasil

Neste domingo, 11 de agosto, é celebrado o Dia dos Pais. Para uns, é uma data para troca de afeto e presentes. Para outros, de saudade. Mas pode ser também um momento de reflexões sobre a criação dos filhos e o papel dos pais na vida deles.

Igor Fontes conta que buscou ajuda profissional quando conheceu o enteado, que tinha apenas 4 anos à época. Ele queria dar ao menino uma educação mais amorosa, diferente da que recebeu.

“Tive que procurar uma psicóloga e pedir uma ajuda para melhorar a parte psicológica para não ser igual ao meu pai. É um pai muito ausente, por mais que seja casado com minha mãe até hoje. Em termos de confiança, de carinho, de amor. Hoje ele tenta ser, sabe? Ele tenta ser porque hoje ele é avô, é diferente. São outras questões. E hoje eu entendo ao lado dele porque ele também teve essa questão de pai dele também não era presente. Aquilo ali, cara, eu falo que meu filho é minha cura hoje”.

Eduardo Felberg e o marido adotaram um garoto de 12 anos. Ele afirma que o respeito às mulheres e ao universo feminino é uma das preocupações na educação do filho.

“Uma vez eu vi um rapaz dizendo que uma vez ele estava no ponto de ônibus, era um adulto, e que ele viu uma menina que não tinha se dado conta que tinha ficado menstruada, e ele foi lá e cedeu o casaco dele para ela poder colocar o casaco e ficar protegida, vamos dizer assim. Eu falei: gente, eu tenho que ensinar isso ao meu filho, porque as meninas da turma dele estão começando, é uma coisa nova, e eles não podem fazer bullying por causa disso, eles têm que entender que isso é uma coisa natural”.

O presidente do Conselho de Psicologia do Espírito Santo, Thiago Machado, fala que esse tipo de preocupação é importante e pode contribuir para uma sociedade mais equilibrada e menos machista.

“Enquanto nós estávamos na rua brincando, ou mesmo dentro de casa, ou fazendo algumas coisas, meninas que estavam sendo criadas na mesma época que a gente estavam com uma boneca no colo, brincando de fazer comidinha. Que risco é esse que está sendo colocado em torno de uma socialização que, na verdade, é baseada no cuidado, né? Que bom seria se nós homens pudéssemos ser educados e criados podendo ter essas relações de zelo e de carinho como as meninas”.

Jonatan Freire, pai de dois meninos de 10 e 5 anos, diz que a tarefa de ser pai é um aprendizado contínuo.

“Se eu fosse reproduzir o tipo de masculinidade que eu aprendi quando era criança, seria muito pior. E é muito nesse relacionamento que a gente vai tendo com outras pessoas que a gente vai aprendendo. De pessoas para pessoas, de famílias para famílias, e de conversas como a gente está tendo agora. Então, claro, é um processo de mudança, mesmo, para todo mundo”.

 

*Com produção de Tâmara Freire e sonoplastia de Jailton Sodré

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