Mais de 90 mil mortes de idosos foram registradas no Brasil por desnutrição, entre 2000 e 2021. A informação foi divulgada por pesquisadores de duas universidades federais.
Os estudos, realizados pela UFAM - Universidade Federal do Amazonas e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, destacam que o aumento da expectativa de vida, aliado à redução das taxas de natalidade, tem alterado a pirâmide etária global, o que impacta significativamente na saúde da população idosa.
Nesta parcela da população, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis são as principais causas de morte, alcançando a marca de 63,9% em 2016.
Para o pesquisador da Ufam, Ronilson Ferreira Freitas, a negligência do homem em relação aos cuidados e manutenção da saúde está entre os motivos desse percentual elevado.
Embora as doenças crônicas relacionadas à obesidade sejam atualmente causas importantes de óbitos, a desnutrição ainda é um problema grave de saúde pública. E, na avaliação do pesquisador, isso reforça a necessidade de estudos de longo prazo para embasar políticas públicas, que promovam um envelhecimento saudável.
O especialista, que é doutor em Ciências da Saúde Coletiva, alerta que o papel da família é muito importante no sentido de prevenir quadros de desnutrição.
A mortalidade foi maior entre homens idosos em todos as edições do levantamento. Em 2021, último ano da análise, ela chegou a 13 óbitos por cada 100 mil habitantes. Enquanto entre as mulheres, ficou em 8 óbitos. Mas foi em 2006 que se registraram os maiores números de mortes a cada 100 mil habitantes, em ambos os sexos, ficando em 33 para os homens e 25 para mulheres.
Segundo o IBGE , o Brasil tem cerca de 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que equivale a 15% da população do país.