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Garimpo ilegal ameaça Unidades de Conservação da Amazônia

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Gabriel Correa - repórter da Rádio Nacional
06/09/2024 - 19:09
São Luís
PF, ICMBio, MTE e MPT combatem garimpo ilegal e trabalho análogo à escravidão no AM
Setenta trabalhadores em condições análogas à escravidão foram encontrados no garimpo ilegal. Foto: Polícia Federal/Divulgação
© Polícia Federal/divulgação

Além das terras indígenas, o garimpo ilegal está ameaçando também as Unidades de Conservação da Amazônia. Um levantamento inédito da ONG Greenpeace Brasil identificou garimpeiros em pelo menos 15 Unidades de Conservação no Amapá, Amazonas e Pará. Toda área devastada chega a mais de 13 mil hectares.

Quase metade dela se concentra na Floresta Nacional do Amanã, divisa entre o Amazonas e o Pará. Mais de um terço do rio Amanã já foram afetados pelo garimpo, sem contar os afluentes. 

Outra área  é a Floresta Nacional de Urupadi, sul do Amazonas. Há quatro décadas ela sofre com o garimpo ilegal. Mesmo depois da criação da Unidade de Conservação, oito anos atrás, houve um aumento de 750% na atividade garimpeira.

De acordo com o porta-voz da frente de Povos Indígenas do Greenpeace, Jorge Eduardo Dantas, o enfraquecimento da fiscalização e o afrouxamento de leis ambientais, na gestão passada do governo federal, permitiram aumentar o garimpo no bioma amazônico. Nos últimos anos, a atividade garimpeira vem migrando, saindo do Pará e em direção ao Amazonas e Mato Grosso, o que mostra a relação com o desmatamento, explica Jorge.

Entre as Unidades de Conservação analisadas pelo Greenpeace, chama a atenção a Estação Ecológica do Alto Maués, sul do Amazonas. Desde 2020 até julho deste ano, houve um aumento de mais de 420% de garimpos. A devastação dentro da área protegida equivale a duas vezes a área do Parque Ibirapuera, em São Paulo. Segundo o Greenpeace, existem duas pistas de pouso ativas dentro da unidade.  

O porta-voz do Greenpeace, explica que as Unidades de Conservação são de vários tipos: são desde as de proteção integral até as de uso sustentável. Acontece que a atividade garimpeira, quando permitida, precisa seguir o Plano de Manejo específico da Unidade de Conservação. O que gera discussão sobre a fiscalização dos garimpos, questiona Jorge Eduardo.

A análise das Unidades de Conservação foi feita com imagens de satélite, alertas e radares para detecção de desflorestamento. O Greenpeace também realizou sobrevoos em Parques Nacionais para registrar in loco as atividades garimpeiras. O levantamento foi publicado na última quinta (5), Dia da Amazônia.

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