Cerca de 50% da população da cidade de São Paulo vive com algum grau de insegurança alimentar. Esse dado é de um estudo do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional da capital paulista.
Trata-se de 5,8 milhões de pessoas afetadas, lembrando que, segundo o IBGE, vivem na cidade 11,5 milhões de habitantes.
Segundo o estudo, 12% da população paulistana enfrenta insegurança alimentar grave, que é quando se passa pela experiência da fome, por falta de dinheiro para comprar alimentos.
Já o grupo que sofre de insegurança alimentar moderada, quando existe uma redução na quantidade de alimentos na mesa, afeta 13% da população, o que em números significa 1,5 milhão de pessoas.
E tem ainda a insegurança alimentar leve, caso dos domicílios nos quais foi constatada a preocupação ou a incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro próximo. Essa fatia equivale a 24% da população - ou um em cada quatro pessoas.
O estudo foi feito em parceria com o Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional da Cidade de São Paulo e com 3.300 entrevistas realizadas em nove áreas da capital, entre maio e julho de 2024.
A pesquisa aponta ainda que 65% dos moradores deixaram de comprar alimentos para pagar contas; enquanto um em cada três fizeram empréstimos, usaram cartão de crédito ou parcelaram a compra de alimentos.
Em nota, a prefeitura de São Paulo contestou os números apresentados no estudo e atribuiu ao momento eleitoral. Segundo a gestão municipal, o levantamento contraria dados da PNAD, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, que em 2023, apontou menos de 1,4 milhão de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, em todo o estado de SP.
E acrescenta que a capital paulista tem o maior programa de acolhimento e proteção social da América Latina, reconhecido pela FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.