Aliança Global contra a Fome e Pobreza é prioridade do Brasil no G20
Com uma estimativa de 700 milhões de pessoas em situação de fome no mundo, o enfrentamento a esse problema foi uma prioridade escolhida pelo Brasil na presidência do G20. O grupo das maiores economias do mundo fará reunião de cúpula na próxima semana no Rio de Janeiro e o Brasil lançou a iniciativa Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que pretende reunir recursos e conhecimentos que contribuam na construção de políticas públicas.
O lançamento oficial da Aliança vai ocorrer de forma paralela à Cúpula de Líderes do G20, que começa no dia 18 de novembro. A ideia é que a Aliança seja administrada por uma estrutura internacional com escritórios previstos em Roma, na Itália; em Adis Abeba, na Etiópia; em Bangkok, na Tailândia; em Washington, nos Estados Unidos; e também em Brasília.
Políticas públicas
A principal questão a ser enfrentada é que os países adotem medidas de longo prazo e que gerem resultados contínuos. É necessária uma visão ampla e sistemática de direitos humanos, evitando políticas apenas assistencialistas e de curto prazo, optando por ações estruturantes e com foco na superação das desigualdades.
O ponto central da Aliança Global é a disponibilidade de uma cesta de políticas, com cerca de 50 possibilidades de ação contra a fome e a pobreza. A ideia é que elas sejam pensadas de forma coletiva e possam ser adaptadas aos contextos nacionais específicos.
As ações estão divididas em dez categorias amplas. São elas: proteção social, acesso aos serviços básicos, acesso a ativos produtivos, infraestrutura, crédito e serviços financeiros, apoio a pequenos agricultores, nutrição, programas integrados, instrumentos transversais e financiamento.
Fome no mundo
De acordo com o indicador da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a subnutrição é definida como a condição de um indivíduo cujo consumo habitual de comida é insuficiente para manter uma vida normal, ativa e saudável. O último relatório do órgão aponta que, em 2023, a proporção da população mundial subnutrida era de 9,1%, o que representa entre 713 milhões e 757 milhões de pessoas. O percentual se mostra estável nos últimos três anos, o que aponta para a falta de combate global ao problema.
No Brasil, houve melhora, com a redução de 11,7 milhões pessoas subnutridas em 2022 para 8,4 milhões.
Adesões
Sobre as adesões à Aliança Global, a Alemanha já assumiu o compromisso de contribuir com a promoção da agricultura sustentável e com o reforço das redes de segurança social, como políticas de salário mínimo.
A OEA, Organização dos Estados Americanos, anunciou o desejo de alinhar ações e desenvolver soluções inovadoras de combate à pobreza e à desigualdade.
A Fundação Rockefeller disse que vai contribuir com recursos financeiros, assistência técnica, e capacitação para a implementação de programas de alimentação escolar. Outra organização que aderiu foi a IFI, Instituições Financeiras Internacionais, reúne organismos multilaterais como bancos de desenvolvimento.
Lembrando que entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o número 1 é a erradicação da pobreza e o 2 é fome zero e agricultura sustentável.
*Com informações da Agência Brasil