Viva Maria destaca o trabalho das parteiras tradicionais na Amazônia
A parteira tradicional Maria Zenaide de Souza Carvalho, do Acre, relembra o começo de sua trajetória, aos 10 anos, quando realizou o primeiro parto. Desde então, Zenaide dedica sua vida a ajudar parturientes em regiões remotas e luta pelo reconhecimento da profissão.
“A parteira nasce quando faz seu primeiro parto. No meu caso, foi por necessidade, em minha comunidade no Tarauacá. Apesar do medo, aceitei a missão e, com fé, consegui trazer ao mundo aquele bebê,” conta Zenaide.
Além da experiência, Zenaide destaca as dificuldades enfrentadas pelas parteiras, especialmente na Amazônia. Sem salário fixo, caminham horas até comunidades isoladas, muitas vezes sem apoio e sem estrutura mínima.
“O pouco que ganhamos não dá para comprar nem pão. Na zona rural, onde atuamos, as mulheres muitas vezes não conseguem chegar à cidade para ter seus bebês. É por isso que a gente aprende e exerce a arte de partejar,” explica.
Zenaide, que também é cantora e compositora, utiliza sua música para dar voz às parteiras e sensibilizar sobre a importância de valorizá-las.
Ela ainda ressalta: “Valorização sempre foi o que eu quis. Precisamos de reconhecimento para continuar ajudando com dignidade.”
Ouvindo a história de Maria Zenaide e sua luta, o Viva Maria se despede desejando um ano novo de paz e esperança, inspirado na força das parteiras tradicionais.