Brasileiro agredido em Lisboa tem duas semanas para sair de Portugal
O músico brasileiro Ivo Silva de Souza, de 36 anos, recebeu uma notificação para deixar Portugal de forma voluntária em até duas semanas, após se envolver em uma briga no domingo (5). Ivo esteve nesta quarta-feira (8) no Consulado do Brasil em Lisboa, mas alega que não tem recebido suporte jurídico e psicológico.
"Tô tentando ver com o consulado, de alguma maneira, para não ter que pedir para pessoas que eu conheço, os familiares e amigos, ajudarem a fazer uma vaquinha online. Eu gostaria que meu governo pudesse me proceder esse vôo de regresso ao Brasil, como forma de reparação mínima do que eu estou passando aqui. Eu tenho até o dia 24 para ir embora. Então eu estou tentando ver se eles conseguem me ajudar nesse sentido. Pagar um vôo para uma pessoa voltar para casa."
O Consulado do Brasil em Lisboa informou que acompanha o caso e que presta assistência consular ao brasileiro. Porém, argumenta que, de acordo com a legislação vigente, as repartições consulares brasileiras não podem atuar como procuradores ou representantes de cidadãos brasileiros em processos judiciais ou arcar com honorários.
Ivo de Souza está em Portugal para fazer uma pós graduação em Marketing Digital, já que também é jornalista e produtor cultural. Ele conta que estava acompanhado de um amigo quando os dois foram agredidos por um grupo de homens com socos e pontapés na porta de uma casa de shows, em Lisboa. Eles foram atendidos na rua por uma ambulância dos bombeiros e encaminhados para a 3ª Esquadra da Polícia de Segurança Pública, onde permaneceram por mais de três horas, quando receberam o documento pedindo para que deixassem o país.
Depois disso, Ivo relatou que aconteceram fatos estranhos, como diversas ligações de um homem que se identificou como um agente da Abin, a Agência Brasileira de Inteligência, que com o pretexto de ajudá-lo, gostaria de mais informações do ocorrido e de saber quais seriam os próximos passos dele. O mais intrigante, segundo o músico, é que, além de se dizer brasileiro, mesmo com sotaque português, esse agente começou a insistir para se encontrar pessoalmente com ele, o que não aconteceu. Ivo então bloqueou a pessoa do telefone e diz se sentir mais desprotegido e com medo. E que pretende voltar ao Brasil o quanto antes.