Na noite de domingo (24), um sírio de 27 anos explodiu a bomba caseira que levava na mochila, na entrada de um festival de música em Ansbach, na Alemanha.
Ele morreu e deixou 15 pessoas feridas. O homem teve o pedido de asilo negado e seria deportado para a Bulgária, onde já havia sido aceito como refugiado.
A polícia disse ter encontrado um vídeo, em árabe, no celular do homem-bomba e, segundo o ministro do Interior do Estado da Baviera, Joachim Herrmann, se tratou de um atentado terrorista com motivação islâmica.
Mais uma vez, a agência de notícias Amaq, que apoia o grupo Estado Islâmico, divulgou um comunicado dizendo que o agressor era um soldado da organização.
Esse já é o quarto ataque violento em apenas uma semana no país, desde que um jovem refugiado agrediu a machadadas passageiros de um trem, na segunda-feira (18) passada.
Também no último domingo, a polícia prendeu um outro refugiado sírio, de 21 anos, que matou uma mulher com um facão e feriu outras cinco depois de uma discussão, na cidade de Reutlingen.
Os investigadores divulgaram novos detalhes sobre o ataque em Munique. Na última sexta-feira (22), um alemão de origem iraniana, de 18 anos, matou nove pessoas a tiros e, depois, se matou.
Os ataques seguidos trouxeram à tona novas preocupações com segurança, venda de armas no mercado negro e vigilância de refugiados. Também levantaram uma questão: será que a forma como a imprensa noticia esses casos, a divulgação e o compartilhamento de fotos e vídeos violentos, das cenas dos ataques, não contribuem para gerar ainda mais violência? O jornal Die Süddeutsche Zeitung, um dos mais prestigiados da Alemanha, publicou nessa segunda (25) uma reportagem com a especialista norte-americana Sherry Towers, que estuda estatísticas de tiroteios em massa.
Ela acredita que quanto maior a cobertura da mídia, quanto mais cara de filme de ação ela tem, é mais provável que pessoas criem identificação com o agressor e que a violência se repita num curto espaço de tempo.



