Milhares de pessoas tomaram as ruas da Turquia na madrugada deste sábado (16). Elas enfrentam os militares que anunciaram a tomada de poder em todo o país e declararam lei marcial. A sede da TV estatal foi invadida pelas forças armadas e o acesso às redes sociais está bloqueado.
Os protestos contra o golpe militar se concentram na capital, Ancara, que foi tomada por tanques de guerra, que dispararam tiros e bombas. Aeronaves militares também sobrevoam a região e, de acordo com a agência estatal de notícias, ocorreu ataque aéreo próximo ao Complexo Presidencial.
Os protestos também ocorrem na cidade de Istambul, que está isolada pelas forças armadas. O aeroporto e as duas pontes que dão acesso a Istambul estão fechados.
O presidente Recep Tayyip Erdo an está de férias, fora da capital, e chamou a população para resistir ao golpe. Já o primeiro-ministro Binali Yildirim, deu entrevista a uma TV local, relatando o que chamou de ação militar não autorizada, e disse que os responsáveis vão pagar caro.
O ministro da Cultura, Marcelo Calero, está em Istambul, para participar da reunião do Patrimônio Mundial da Unesco, na cidade. Toda a comitiva está no hotel, aguardando os desdobramentos.
O Itamaraty informou que aguarda informações mais precisas sobre a situação e recomendou que cidadãos brasileiros residentes ou de passagem pela Turquia tomem as medidas necessárias para garantir sua segurança até que a situação se normalize. A Embaixada do Brasil em Ancara e o Consulado-Geral em Istambul funcionam em regime de plantão de 24 horas.
Uma fonte da agência de notícias Reuters na União Europeia disse que a ação na Turquia parece um golpe muito bem orquestrado.