Novo acordo de paz entre as Farc e o governo colombiano será assinado nesta quinta
O governo e a maior guerrilha da Colômbia assinam nesta quinta feira (24) um acordo de paz. A cerimônia, no Teatro Colón de Bogotá, celebra o fim de meio século de guerra civil.
Em 52 anos de conflito, mais de 200 mil pessoas morreram e cerca de 6 milhões foram deslocadas, a maioria civis. Mas nem todos aceitam o pacto entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Os críticos liderados pelo ex-presidente Álvaro Uribe se opõem ao acordo - o segundo em dois meses. O primeiro foi assinado no fim de setembro entre o presidente Juan Manuel Santos e o líder das Farc, Rodrigo Londoño, mais conhecido pelo codinome de Timochenko. Mas acabou sendo rejeitado no plebiscito de 2 de outubro graças, em parte, à campanha do 'não' liderada por Uribe.
Quem votou contra argumenta que o governo foi demasiado generoso com as Farc. Santos e Timochenko aceitaram modificar o acordo original para incorporar pontos levantados pelos críticos do acordo. Mas mantiveram a decisão de permitir aos guerilheiros a possibilidade de criar um partido político com assento no Congresso.
O presidente resolveu enviar o novo acordo ao Congresso, onde tem maioria, ao invés de fazer novo plebiscito como queria Uribe. Santos, que ganhou o prêmio Nobel da Paz deste ano, disse que é arriscado esperar mais. Três líderes de organizações sociais foram assassinados nos últimos dias, possivelmente por paramilitares de direita, colocando em risco a trégua entre o governo e as Farc.