A sentença de prisão domiciliar contra o líder oposicionista Leopoldo López foi revogada nessa quinta-feira (2). Para o 5° Tribunal de Execução Criminal de Caracas, ele violou as condições estabelecidas para que fizesse jus ao benefício.
Na terça-feira, o deputado venezuelano e autodeclarado presidente interino, Juan Guaidó, afirmou ter concedido “indulto presidencial” a López, que fez uma rápida aparição em público e gravou vídeo divulgado pelas redes sociais. López está na Embaixada da Espanha com a esposa e a filha.
A ordem de prisão foi expedida nessa quinta-feira e deve ser cumprida em breve pelo Serviço Nacional de Inteligência Bolivariana, que levará o líder oposicionista para a prisão militar de Ramo Verde, em Miranda.
López já cumpriu cinco anos de prisão e ainda têm outros oito anos pendentes.
A esposa do político denunciou em sua conta, no Twitter, que ontem à noite a residência do casal foi invadida e os pertences destruídos. Ela acusou agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional de invasão.
A Venezuela vive um momento de tensão política desde janeiro deste ano, quando Maduro tomou posse de um novo mandato que não é reconhecido pela oposição e por parte da comunidade internacional.
Guaidó se autoproclamou presidente de um governo interino que conta com o apoio de mais de 50 países.
Os protestos, que começaram ontem, já deixaram dois mortos e cerca de 50 feridos.
No Brasil, a Comissão de Relações Exteriores do Senado discutiu nessa quinta o agravamento da crise na Venezuela. Parlamentares de diversos partidos mostraram-se preocupados e defenderam uma solução pacífica para a situação.
Ainda na Venezuela, Nicolás Maduro realiza marcha com militares e aposta em Congresso para mobilizar apoiadores. Já Juan Guaidó espera que uma greve geral pressione os militares a abandonar o governo.