Diante da pandemia, organizações internacionais propõem auxílio contra a fome na América Latina
A América Latina e o Caribe, fortemente afetados pela pandemia do novo coronavírus, devem ultrapassar os 83 milhões de pessoas na pobreza extrema em 2020. A conclusão é da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Cepal, e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO. Os organismos internacionais propõem, além de uma Renda Básica de Emergência para as pessoas pobres, um Auxílio contra a Fome para todos aqueles que vivem na pobreza extrema.
De acordo com Alícia Bárcena, secretária-executiva da CEPAL, o organismo propões duas ações: a criação de um Auxílio contra a Fome e o aumento de créditos não reembolsáveis para o setor produtivo agropecuário.
Segundo a proposta, o Auxílio contra a Fome deveria ser entregue durante 6 meses. O custo desse benefício seria de 0,45% do PIB regional se fosse direcionado a todos os mais de 83 milhões de pessoas em pobreza extrema.
O segundo pacote proposto pela Cepal se refere ao aumento da oferta de créditos mais flexíveis e de investimentos não reembolsáveis para o setor produtivo agropecuário. De acordo com Alícia Bárcena, essas medidas evitariam falhas em cascata e manteriam a cadeia de pagamentos funcionando.
A ideia seria injetar mais de US$ 5 bilhões em linhas de crédito para pequenos, médios e grandes produtores, através de bancos de desenvolvimento nacionais e internacionais, com garantias, seguros e outros incentivos.
As propostas têm três objetivos: apoiar as pessoas, garantindo o acesso aos alimentos; auxiliar produtores e empresas, para que sigam operando; e amparar as cadeias produtivas, para assegurar um funcionamento de todo o sistema de produção e distribuição de alimentos.