A sede da ONU, em Nova Iorque, acolhe a 10ª. Conferência de Revisão das Partes do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, TNP.
O secretário-geral António Guterres afirmou, na abertura, que o mundo tem um arsenal de 13 mil armas nucleares. O líder da ONU fez um alerta na sessão que se estende até 26 de agosto: os riscos de proliferação sobem quando enfraquecem as proteções para evitar a escalada.
Para Guterres, as crises estão incitando às insinuações nucleares, quando tensões geopolíticas atingem novos máximos, a competição excede a cooperação e a colaboração. Ele disse ainda que a desconfiança substituiu o diálogo e a desunião ficou no lugar do desarmamento.
Como exemplo, o secretário-geral ressaltou situações como o Oriente Médio, a Península Coreana, a invasão da Ucrânia pela Rússia, e muitos casos acontecendo pelo mundo.
O discurso assinala o perigo da humanidade esquecer as lições de Hiroshima e Nagasaki, cidades japonesas atacadas com bombas atômicas em 1945.
Segundo o chefe da ONU, os países buscam uma falsa segurança ao “reservar e gastar centenas de bilhões de dólares em armas apocalípticas que não têm lugar em nosso planeta”.
Por isso, Guterres considera a Conferência de Revisão relevante, porque o mundo carece “mais do que nunca do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares”.
Entre as principais urgências, ele recomenda a definição de parâmetros sobre como evitar desastres e colocar a humanidade em um novo caminho para um mundo livre desse tipo de armamento. Nesse sentido, Guterres apontou cinco pontos de atuação.
A prioridade é o reforço e a reafirmação da norma com 77 anos sobre as armas nucleares. Ele afirma que a eliminação destes engenhos também deve começar com novos compromissos para diminuir o número do armamento.
Em terceiro lugar, o secretário-geral diz que se deve abordar as tensões latentes no Oriente Médio e na Ásia. Ao falar da continuação dos conflitos e ameaça das armas nucleares, ele defendeu o diálogo e a negociação para reduzir as tensões e construir a confiança nas regiões.
Como quarto ponto, Guterres pediu que seja promovido o uso pacífico de tecnologias deste campo para acelerar ou alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Ele ressaltou que as metas globais até 2030 trazem benefícios para a humanidade.
Por último, convocou o mundo a cumprir todos os demais compromissos assumidos no Tratado e a garantir um texto atualizado e adaptado, renovado e com negociações genuínas de boa fé.
António Guterres pediu atenção internacional constante às lições do passado e à fragilidade do futuro.