Na cidade palestina de Jenin, na Cisjordânia, o exército israelense realiza mais uma grande operação que, até agora, resultou em pelo menos oito palestinos mortos e 50 feridos. Em 21 de junho, uma outra grande ofensiva na localidade já tinha deixado vítimas.
Operações dessa escala são raras na Cisjordânia desde o fim da Segunda Intifada, revolta dos palestinos contra a ocupação israelense, há 20 anos. E ataques com drones não eram usados na região desde 2006.
O sol já se punha nesta segunda-feira (3) na Cisjordânia, quando novos ataques com drones atingiram Jenin. A operação não tem prazo para acabar. Pela manhã, drones israelenses ainda sobrevoavam a região. Para remover barreiras, tratores do exército de Israel destruíram fios elétricos e o calçamento de ruas. O dia foi de intensos tiroteios entre soldados israelenses e militantes palestinos.
Jenin fica no norte da Cisjordânia. Território que, de acordo com as resoluções da ONU, juntamente com a Faixa de Gaza, deveria compor um futuro estado palestino. No conflito israelo-palestino, grandes operações militares e bombardeios são mais frequentes em Gaza, que é controlada pelos grupos militantes Hamas e Jihad islâmica palestina.
Próximo à cidade, fica um campo de refugiados palestinos com cerca de 14 mil pessoas, em uma área de menos de meio quilômetro quadrado. Em resposta à operação, palestinos também protestaram em Gaza, ateando fogo em pneus perto da cerca com israel. O ministro do exterior de Israel, Eli Cohen, disse que não luta contra os palestinos, mas sim contra terroristas financiados pelo Irã para desestabilizar o país.
O primeiro-ministro da Palestina, Mohammad Shtayyeh, afirmou que Israel cometeu um novo crime no campo de refugiados. E que além dos mortos e feridos, as forças israelenses destruíram a infraestrutura e as propriedades de moradores inocentes.