Enquanto as atenções estão voltadas para a Faixa de Gaza, a violência também está se intensificando em todo o território da Palestina Ocupada.
Segundo o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, 64 palestinos foram mortos na Cisjordânia entre os dias 7 e 18 de outubro. Desse total, 18 são crianças. As mortes foram provocadas pelas Forças Armadas de Israel ou por colonos civis israelenses que vivem no território da palestina em assentamentos considerados ilegais segundo os tratados internacionais.
Algumas dessas mortes se deram em protestos contra o bombardeio do Hospital Al-Ahli Arab, na Faixa de Gaza, na última terça-feira e que deixou 471 mortos. Mas há casos como o de cinco pessoas, incluindo uma criança, que foi morta por colonos que atacaram os moradores da cidade de Nablus.
Esse tipo de hostilidade é relatado pela fotógrafa palestino-brasileira Aline Baker, em que a casa da tia, em Silwad, outra cidade da Cisjordânia, foi alvo de tiros.
O comerciante Isam, que está nos Estados Unidos, mas a esposa e os filhos estão em Ramalah, cidade que abriga a sede da Autoridade Palestina, também está preocupado com a onda de violência.
Segundo o relatório das Nações Unidas, grupos armados da palestina seguem lançando foguetes contra cidades de Israel, mas não há registros de novas mortes de israelenses. Desde que o conflito se intensificou, morreram 1.400 israelenses. A maioria no dia 7 de outubro. Em Gaza, no mesmo período, já foram confirmadas 3.478 mortes.
Em nota, a Forças de Defesa de Israel não trata sobre as mortes de palestinos na Cisjordânia, mas confirma a prisão de 524 pessoas suspeitos de terrorismo, desde o dia 7 de outubro. Segundo a nota, desse total, 330 palestinos seriam agentes do Hamas. Segundo a nota, parte das prisões são justificadas pelo uso de violência de manifestantes que atiraram pedras, coquetéis molotov ou outros objetos contra as forças de segurança.
A Região da Cisjordânia, incluindo Jerusalém, é um território palestino mas como o estado nunca foi reconhecido, na prática, quem comanda as fronteiras, segurança e mesmo distribuição de água e permissão de acesso às estradas é o governo de Israel.
Diferente de Gaza, onde a liderança política é do Hamas, na CisJordânia, onde está a sede da Autoridade Palestina, a liderança é exercida pelo Fatah, considerado um grupo político mais moderado.