A assembleia geral da ONU aprovou uma resolução de emergência pedindo uma trégua imediata na Faixa de Gaza, mas pouco antes Israel deu início a maior ofensiva à região desde que os conflitos se acirraram a partir de 7 de outubro.
A resolução que determina o cessar fogo imediato na Faixa de Gaz foi proposta pela Jordânia. Além da trégua, ela também pede a libertação de todos os civis e o respeito ao direito internacional com o restabelecimento de todos os serviços e insumos essenciais.
A resolução foi aprovada por 120 votos a favor, 14 contrários, incluindo Estados Unidos e Israel, e 45 abstenções.
O Canadá ainda tentou fazer uma emenda para que a ONU passasse a tratar o Hamas como organização terrorista, mas foi derrubada depois do forte discurso do representante do Paquistão defendendo que se o Hamas passasse a ser nomeado como terrorista, o mesmo tratamento deveria ser dado a Israel.
A resolução tem um impacto mais político do que prático. Apesar de aprovada, Israel não é obrigado a seguir o que foi definido.
E exatamente no momento em que os diplomatas tomavam essas decisões, Israel deu início a mais forte ofensiva contra Gaza desde o dia 7 de outubro.
Em Brasília, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzbenm, disse que no início da noite, Israel deu início a uma invasão por terra e por mar a Gaza.
Nós tentamos contato com brasileiros que estão ao sul de Gaza a espera de serem resgatados pelo governo brasileiro, mas foi impossível estabelecer qualquer comunicação. O sistema de telefonia e de internet foi cortado. A informação foi confirmada pela empresa de Telefonia da Palestina.
Em nota, a representação brasileira na Palestina, que fica na Cisjordânia, confirmou que por volta das 20h lá, desta sexta-feira, 14h aqui no Brasil, a comunicação foi interrompida.
Mas a nota afirma que, apesar da dificuldade, o embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, conseguiu comunicação com um dos brasileiros hospedados na cidade de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza. O relato que ouviu foi de que a região também enfrenta bombardeios aéreos intensos, mas que apesar de tudo, os brasileiros em Gaza ainda estariam em segurança. No total, o Brasil tenta retirar 34 pessoas da área de conflito, entre elas, 18 crianças.
Em nota, os Médicos Sem Fronteiras disseram que estão muito preocupados com a situação em Gaza, especialmente com os pacientes, equipes médicas e milhares de famílias abrigadas no hospital Al Shifa, o maior da região.
É que antes do início da ofensiva, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, informou em uma coletiva para a imprensa que o QG central do Hamas ficaria em túneis construídos embaixo desse hospital.
A mesma informação foi divulgada pelo próprio Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel e por embaixadas de Israel em vários países.
Nós entramos em contato também com a embaixada de Israel aqui no Brasil para ter mais dados sobre a situação em Gaza, mas não tivemos retorno até o fechamento.
Paralelamente a decisão dessa sexta-feira na assembleia geral, o Brasil ainda tenta aprovar uma nova resolução no Conselho de Segurança da ONU.
