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Internacional

Conselho de Segurança da ONU discute escalada de violência no Haiti

A expectativa é por ajuda internacional
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Gabriel Brum - repórter da Rádio Nacional
07/03/2024 - 14:02
Brasília

Mais de 15 mil pessoas tiveram que sair de casa no Haiti nos últimos dias, com a explosão da violência de gangues no país. De acordo com as Nações Unidas cerca de 80% da capital haitiana, Porto Príncipe, é controlada por criminosos, que querem derrubar o governo.

O assunto foi debatido ontem (6) numa reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU.

O alto comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas, Volker Türk, pediu urgência para evitar que o Haiti caia no caos. Ele reforçou a importância da Missão Internacional de Apoio ao país.

“Esta situação é insustentável para o povo do Haiti. Desde o início do ano, um número impressionante de 1.193 pessoas foram mortas e outras 692 ficaram feridas pela violência de gangues”, contabilizou.

A irmã Maria Cardim está em Porto Príncipe desde 2011. Junto com outras duas missionárias, ela trabalha com educação infantil de crianças pobres no bairro de Croix-des-Bouquets, onde fica um dos presídios invadidos.

Ela conta que as gangues estão em todas as partes da cidade e lutam entre si por território.

“É comum, especialmente a noite, ouvirmos muitos tiros e muitos deles são provocados por essa luta de espaço, para quem tem mais poder. Por isso tudo, a apreensão no país cresce muito e a partir também da fuga de prisioneiros de duas grandes prisões, que existem aqui na capital, isso veio agravar ainda mais”, relata.

A missionária diz que a cidade está parada, escolas fechadas e que há dificuldade em sair porque as ruas estão bloqueadas.

“A possibilidade de sair ou é a pé ou com moto. Mas também correndo muito risco, porque existem os homens armados, que em determinados locais fazem guarda do espaço. Não só por isso, mas também pela questão dos sequestros, que estão sendo frequentes aqui no país”.

A irmã Maria disse esperar, assim como o representante da ONU, que os outros países ajudem rapidamente o Haiti a voltar a ter paz.

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