OEA sugere ilegalidades nas eleições na Venezuela
A Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou nesta terça-feira (30) um relatório de 23 páginas questionando o resultado oficial das eleições venezuelanas do último domingo (28). O documento sugere ilegalidades no processo eleitoral e alega que não há divulgação de documentos públicos que respaldem os resultados anunciados. Essa não é a primeira vez. Em 2019, o Conselho Permanente da OEA também não reconheceu a "legitimidade" do governo de Nicolás Maduro.
Nessa segunda-feira (29), sete pessoas morreram durante protestos na Venezuela contra a reeleição de Maduro, segundo a agência de notícias RTP. O Observatório Venezuelano de Conflitos registrou 187 atos em 20 estados. Segundo o grupo ativista pelos Direitos Humanos Foro Penal, 46 pessoas foram detidas.
A Venezuela também expulsou diplomatas de 7 países latino-americanos: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. O governo venezuelano classificou os questionamentos de intervencionistas e contrários à soberania nacional.
Nicolás Maduro foi reeleito, no último domingo, para o terceiro mandato por mais 6 anos, contra o ex-diplomata Edmundo González, que afirma ter ocorrido fraude eleitoral.
O Itamaraty informou que observa a situação e recomendou que brasileiros, com viagem marcada, acompanhem a página da Embaixada do Brasil em Caracas, para se manterem informados sobre a situação de segurança por lá.
O governo brasileiro disse que aguarda a publicação dos dados da apuração eleitoral, por mesa de votação, e considera que esse seria um passo "indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado".
O Ministério Público da Venezuela comunicou que o Conselho Nacional Eleitoral ainda vai publicar as atas de cada uma das mais de 30 mil mesas.