Quase um mês após anunciar os resultados das eleições presidenciais na Venezuela, se autoproclamando para um terceiro mandato, Nicolás Maduro afirmou que será feita uma "megaeleição" planejada em 2025, que deve abarcar as eleições legislativas, regionais e locais.
O presidente venezuelano fez a declaração durante o encontro virtual da Alba, Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América.
"E em 2025, será feita uma megaeleição, porque deve ser eleita a Assembleia Nacional, deputados e deputadas, devem ser eleitos os 23 governadores para os estados, e devem ser eleitas as 335 prefeituras, os 23 conselhos legislativos e os 335 conselhos municipais."
Maduro completou dizendo que essa megaeleição deve ocorrer dentro de 12 meses, no máximo, e que eles estão se preparando para ver como será o método e quem serão os candidatos.
No mesmo encontro da Alba, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, criticou o presidente Lula e o presidente colombiano, Gustavo Petro, por não terem reconhecido o resultado oficial das eleições na Venezuela. Desde o anúncio oficial, no fim do mês passado, Brasil e Colômbia fazem parte do grupo de países que têm pedido a divulgação pública e transparente das atas eleitorais.
O artigo 125 da Lei Eleitoral da Venezuela diz que o Conselho Nacional Eleitoral tem até esta quarta-feira para publicar na Gazeta Eleitoral os resultados oficiais. Nessa segunda-feira, a autoridade eleitoral informou ter sido alvo de um novo ataque cibernético aos centros de divulgação, onde está alojado o site oficial. Mesmo assim, o CNE afirmou que vai acatar a decisão do Tribunal Supremo de Justiça e vai cumprir a publicação dentro do prazo legal.
O Partido Socialista Unido da Venezuela convocou uma marcha para esta quarta-feira para comemorar o primeiro mês após o anúncio da vitória de Maduro. A oposição também convocou uma manifestação para o mesmo dia, em Caracas.
O opositor venezuelano Edmundo González foi convocado para uma audiência nesta terça-feira, diante do Ministério Público da Venezuela. Ele é alvo de uma investigação penal, após ter denunciado fraudes nas eleições presidenciais de 28 de julho.