Começa em Brasília a primeira reunião dos 11 países do Brics
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Começa nesta terça-feira (25/2) a primeira reunião dos 11 países do Brica, em Brasília. O encontro vai reunir os chamados “sherpas” de cada membro, como se fossem os representantes, durante as discussões do bloco. Ao longo destes dois dias serão sete debates entre os países, incluindo a possível participação do presidente Lula, na quarta-feira (26/2).
O Brasil está na presidência do Brics e já definiu a data para a cúpula dos líderes de Estado: 6 e 7 de julho deste ano, no Rio de Janeiro. Até lá, os sherpas e as equipes debatem diversos temas até que as nações participantes cheguem a entendimentos comuns.
O primeiro encontro dos sherpas ocorre nesta terça (25/2) e nesta quarta (26/2), no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério de Relações Exteriores do Brasil. Por lá, serão anunciadas e debatidas as principais prioridades do Brasil durante a presidência em 2025.
De acordo com o sherpa brasileiro, o embaixador Maurício Lyrio, o Brasil vai buscar uma aliança pela saúde das populações dos países do chamado Sul-Global. A ideia é erradicar as doenças mais comuns em países em desenvolvimentos ou em áreas tropicais. É o que explicou o embaixador na semana passada, quando detalhou os encontros.
“O Brasil quer lançar uma parceria global para erradicação, pelo menos redução de incidência de doenças socialmente determinadas, e doenças tropicais negligenciadas. São as doenças justamente que incidem mais sobre os países em desenvolvimento. Não são, eu diria, as prioridades mais altas necessariamente da indústria farmacêutica internacional ou dos centros de pesquisa, porque aí é natural, né? Uma certa concentração de pesquisas e recursos em doenças que incidem mais em países ricos. Por definição, doenças tropicais não são a preocupação maior dos países ricos, porque quase todos são em áreas temperadas.”
Segundo o negociador do Brasil no Brics, o Brasil também quer debater, com os demais membros do grupo, o financiamento de países ricos na transição energética e no combate às mudanças climáticas. Para ele, é hora de os países que mais poluíram pagar a conta e arcar com os compromissos de financiamento.
Entre as prioridades, ainda estão a redução de custo das operações comerciais entre os membros do Brics, como o uso de moedas locais para operações financeiras; também a chamada “governança das Inteligências Artificiais”; e o desenvolvimento institucional do bloco econômico.
Fazem parte do Brics: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Outros nove países são parceiros do bloco.

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
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Foto: Vatican Media/Divulgação"
