O Tribunal de Contas da União identificou indícios de irregularidades no auxílio emergencial de mais de 620 mil beneficiários. Os auxílios recebidos irregularmente somam mais de R$1 bilhão.
Pessoas com renda acima do limite, servidores públicos e até mortos estão na lista dos beneficiários do auxilio emergencial criado para ajudar desempregados, autônomos e trabalhadores de baixa renda atingidos pela crise instituída pela pandemia do novo coronavírus.
O TCU identificou ainda pagamentos do benefício a quem está recebendo seguro-desemprego e auxílio-reclusão. 38% das irregularidades encontradas são de empresários que não são microempreendedores individuais. Segundo o TCU, 235 mil empresários tiveram acesso ao benefício de R$600.
Para chegar as inconsistências, o TCU fez cruzamento dos dados dos beneficiários com bancos de dados da receita federal e do inss, por exemplo. As informações estão no Relatório de Acompanhamento de dados relacionados às ações de combate à Covid-19, divulgado dia 8 de julho.
O governo federal tem 15 dias para indicar ao TCU medidas para reduzir os índices de inconsistências. De acordo com o Ministério da Cidadania, responsável pelo programa, cerca de 400 mil benefícios foram bloqueados antes mesmo do relatório do TCU. Destes, 61 mil funcionários públicos, e 2 mil e 300 presidiários.