Defesa de músico preso sem provas quer anulação do processo

Luiz Carlos Justino foi solto domingo depois de 5 dias na carceragem

Publicado em 08/09/2020 - 16:04 Por Raquel Júnia - Rio de Janeiro

A defesa do músico da Orquestra de Cordas da Grota Luiz Carlos Justino, preso sem provas na semana passada, quer anular todo o processo na justiça e planeja também pedir uma reparação ao estado do Rio. Luiz Carlos, de 23 anos, foi solto no último domingo (6), após passar cinco dias no sistema penitenciário.

A decisão que revogou a prisão preventiva do jovem, expedida no plantão judiciário no último sábado (5), questionou a fragilidade do suposto reconhecimento de autores de crimes por fotografia e ainda o fato de um jovem sem precedentes criminais, como Luiz Carlos, constar em um banco de imagens da Polícia Civil.

O músico foi acusado de ser o autor de um assalto à mão armada em 2017 e por ter sido supostamente reconhecido pela vítima no banco de imagens tinha um mandado de prisão em aberto.

Luiz Carlos é violoncelista e integra desde os 6 anos de idade o projeto da Orquestra de Cordas da Grota, localizado na comunidade chamada de Grota do Surucucu, em Niterói, na região metropolitana do Rio.

A advogada Sônia Ferreira Soares, da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio de Janeiro, que assumiu a defesa do músico, afirma que a prioridade no momento é absolvê-lo no processo que, para a defesa, está repleto de irregularidades.

Luiz Carlos foi detido no último dia 2 depois de ser abordado em uma blitz no centro de Niterói. O jovem foi levado para a delegacia por estar sem documentos, o que a defesa também considera uma atitude questionável, que pode ser interpretada como um ato de racismo institucional, pelo fato de ele ser negro.

Questionada pela reportagem sobre a prisão e sobre os motivos de a foto do músico constar em um banco de imagens usado para reconhecimento de criminosos, a Polícia Civil respondeu que ele foi identificado em 2014 em um inquérito que apura o tráfico de drogas na comunidade onde reside e que, por isso, a foto dele foi inserida no álbum de suspeitos.

A defesa afirma, no entanto, que a família nunca soube de qualquer inserção dele em um inquérito sobre tráfico de drogas.

Sobre a prisão, a Polícia Civil disse apenas que ele teria sido reconhecido pela vítima do roubo, que ocorreu no bairro de Vila Progresso, também em Niterói. No entanto, no mesmo dia e horário do crime ele estava se apresentando em uma delicatassen, a partir de um contrato da Orquestra com o estabelecimento para que músicos tocassem no local durante o café da manhã.

No sábado, integrantes da Orquestra de Cordas da Grota e familiares de Luiz Carlos fizeram um protesto em frente ao presídio onde ele estava detido. Eles levaram o instrumento tocado pelo músico e se apresentaram.

 

Edição: Lana Cristina

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