Uma grande operação da Polícia Federal em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal foi deflagrada nesta quinta-feira (23) contra a adulteração e fraude no registro de até 10 mil veículos. Três mil deles de viaturas do Exército. De acordo com os investigadores, estima-se que os criminosos tenham causado prejuízo de mais de R$ 500 milhões aos cofres públicos. Foram cumpridos 82 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão em 11 estados.
Além disso, a justiça determinou o afastamento de 85 servidores do Detran de São Paulo, 7 do Detran de Tocantins e 3 do Detran de Minas Gerais, além do afastamento de 20 despachantes do estado de São Paulo.
As investigações começaram no fim de 2020, após a polícia federal identificar a clonagem de veículos do Exército. Os números dos chassis eram utilizados ilegalmente para obter documentos legítimos conforme explica o delegado da Polícia Federal, Elmer Vicenzi.
Com o aprofundamento das investigações, a polícia descobriu que as clonagens dos chassis do Exército só eram possíveis com a participação de servidores do Detran e de despachantes.
Além dessa clonagem de carros, esse grupo também inseria dados de veículos inexistentes nos registros do Detran. Através da criação desse veículo fictício, os criminosos faziam financiamentos e consórcios junto ao sistema financeiro.
Por fim, eles também emplacavam ilegalmente em São Paulo automóveis comprados na zona Franca de Manaus, que possuem isenção de PIS e Confins. A ação era pra sonegar cerca de 40 mil reais em impostos de cada veículo.
Os suspeitos presos nessa operação vão responder pelos crimes de inserção de dados falsos, financiamento fraudulento, lavagem de dinheiro e organização criminosa.