CPI da manipulação no futebol ouve MP-GO e presidente do Vila Nova
A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre manipulação de resultados em partidas de futebol promoveu, nesta terça-feira (30), audiência pública para debater a Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás.
A investigação teve início em fevereiro, a partir de uma denúncia feita pelo presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo. Na ocasião, o dirigente revelou que o jogador Marcos Vinicius Alves Barreira, conhecido como Romário, aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti na primeira etapa do jogo contra o Sport. Nessa segunda-feira (29), o jogador foi banido do futebol pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
Posteriormente, o MP de Goiás ampliou a apuração, passando a investigar possíveis irregularidades em partidas da Série A e de campeonatos estaduais, como explicou o relator da CPI, deputado Felipe Carreras (PSB-PE).
Com duas fases de investigação em curso, a Operação Penalidade Máxima apura manipulação de resultados de jogos entre o segundo semestre de 2022 e abril deste ano.
De acordo com o procurador-geral de justiça do Estado de Goiás, Cyro Terra, convidado para a audiência pública, as condutas ilícitas não comprometeram de forma sistêmica os campeonatos de futebol brasileiro.
Outro convidado para o debate na CPI, Fernando Cesconetto, promotor de justiça do Ministério Público de Goiás, explicou que a organização criminosa por trás do esquema de apostas era dividida em núcleos, entre eles financiadores, apostadores, intermediadores e apoio administrativo.
Até o momento, o Ministério Público de Goiás denunciou 16 pessoas por fraudes visando à manipulação de resultados de 13 partidas de futebol. O MP pede que seja fixado valor mínimo de R$ 2 milhões para reparar danos morais coletivos causados pelos denunciados.
Durante a audiência, os investigadores entregaram à CPI os documentos da apuração em curso.