A Justiça Federal no Rio de Janeiro, começa a julgar nesta terça-feira, 10, os três policiais rodoviários federais acusados de matar a menina Heloísa, de 3 anos, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. O caso completou um ano no dia 7 de setembro.
A criança foi atingida por disparos de fuzil durante uma abordagem ao carro em que estava com a família. Eles passavam pelo Arco Metropolitano, em Seropédica, na região metropolitana do Rio, voltando de um passeio. Heloísa ficou internada por 9 dias no Hospital Adão Pereira Nunes, mas acabou não sobrevivendo, em razão dos ferimentos.
Os agentes Wesley Santos da Silva, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Fabiano Menacho Ferreira respondem pelos crimes de homicídio consumado e quatro tentativas de homicídio, além do crime de fraude processual.
Atualmente, eles cumprem medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de se aproximarem das vítimas.
No seu primeiro depoimento à Polícia Civil, Fabiano admitiu que foi o autor dos disparos, mas o Ministério Público Federal defende que os três agentes devem responder pela prática dos crimes, porque, conforme apurado na investigação, em nenhum momento houve discordância entre os acusados quanto a decisão de atirar contra o carro em que a família estava.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal, em novembro de 2023.
As defesas dos réus afirmam que eles são inocentes. Os policiais alegam que perseguiram o veículo da família porque receberam informações de que ele era roubado.
Segundo o coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial, o procurador da República Eduardo Benones, a acusação foi precedida por investigação minuciosa, e há justa causa para que os réus respondam por seus atos. De acordo com o procurador, o julgamento de agentes envolvidos em mortes é a resposta mínima que o Estado pode dar às pessoas que perderam familiares em ações policiais.