As cobras Naja e Víbora Verde, que protagonizaram as páginas policiais no último mês, vão ganhar um novo lar. É que elas serão acolhidas permanentemente pelo Instituto Butantan, em São Paulo.
Recebidas inicialmente pelo Jardim Zoológico de Brasília desde meados de julho, tinham destino incerto. Permaneceram por ali por um mês, até embarcarem, no final da tarde dessa terça-feira (11) para o novo destino. A previsão é de que cheguem na nova residência fixa ainda hoje (12).
As serpentes ganharam até uma carta de despedida. No perfil do zoo de Brasília nas redes sociais, uma mensagem de carinho que destacou que “durante o tempo em que as hóspedes estiveram com eles, contaram com o melhor da equipe envolvida”.
Na publicação, um tom de lamento pelos bichinhos que deixam o solo brasiliense: “gostaríamos de ter a capacidade de manter todos os animais que precisam de nossos cuidados, mas infelizmente, nossa demanda é maior que a nossa capacidade”.
O zoo disse ainda o que mais pesou para que as cobras fossem encaminhadas a um novo endereço é o projeto de priorizar as espécies nativas do cerrado e que estão em risco de extinção, o que torna o zoológico de Brasília uma referência nesse tipo de trabalho, inclusive.
As duas companheiras recebidas pelo zoo não eram da fauna brasileira. A Naja, que picou o estudante de medicina veterinária e a Víbora Verde são comuns da Ásia. O caso ganhou repercussão depois que foi preciso importar um soro antiofídico de São Paulo para salvar a vida do rapaz. A única dose existente no Instituto Butantan era parte do acervo de pesquisa.
Depois do incidente, a cobra foi abandonada dentro de uma caixa em uma área verde próxima a um shopping de Brasília. A Polícia Civil do Distrito Federal, que instaurou uma investigação, encontrou a serpente poucas horas depois.
Essa ocorrência levou a Polícia a descobrir um esquema de tráfico internacional de animais silvestres, voltado principalmente para cobras exóticas.
Ao todo, 13 cobras foram apreendidas na operação batizada de Snake. Dessas, cinco permanecerão sob os cuidados do zoológico de Brasília.