Biomas brasileiros perderam 500 mil km2 de áreas naturais em 18 anos
Amazônia, o maior de todos, encabeça a lista com perda de 270 mil km2
Publicado em 24/09/2020 - 13:59 Por Tâmara Freire - Rio de Janeiro
Em 18 anos, os seis biomas terrestres brasileiros perderam cerca de meio milhão de quilômetros quadrados de áreas naturais. E essa diminuição foi percebida em todos, de acordo com a pesquisa Contas do Ecossistema do IBGE.
A Amazônia, que é o maior bioma brasileiro, encabeça a lista em números absolutos, com uma redução de quase 270 mil quilômetros quadrados entre os anos de 2000 a 2018.
De acordo com a gerente da pesquisa Maria Luiza Fonseca, o grande vetor dessa mudança foi a agropecuária, com aumento de mais de 70% das áreas de pastagem e de quase 300% das regiões agrícolas.
A agricultura também continuou promovendo modificações no Cerrado, o segundo maior bioma do país, e que já responde por 44,6% de todas as áreas agrícolas do país e por 42,7% dos territórios destinados à silvicultura.
De acordo com a gerente do IBGE, apesar da diminuição das áreas naturais ter sido contínua em todo o país, há uma tendência de desaceleração dessas perdas, percebida principalmente na Caatinga e na Mata Atlântica.
No caso da Caatinga isso se explica pela maior parte das intervenções serem do tipo mosaico, com a ocupação do território por pequenas áreas rurais ou pastagens junto a áreas naturais. Já no caso da Mata Atlântica, isso também se deve ao fato de que no ano 2000, havia apenas 13,3% de cobertura florestal remanescente. Em 2018, essa porcentagem chegou a 12,6.
Mas essa tendência de desaceleração das perdas, não se efetivou no Pampa e no Pantanal. Percentualmente, o Pampa, presente na região Sul do país, foi o que mais encolheu neste período: 16,8%.
Em 2018, apenas 38% da extensão deste bioma ainda estava preservada, enquanto uma porcentagem semelhante já tinha sido convertida em área agrícola. Já o Pantanal apesar de ainda ter 90% de suas áreas naturais preservadas, mais de 75% das alterações feitas foram consideradas intensas, principalmente com a conversão dos campos em pastagem de manejo.
Edição: Lana Cristina