Biomas brasileiros perderam 500 mil km2 de áreas naturais em 18 anos
Em 18 anos, os seis biomas terrestres brasileiros perderam cerca de meio milhão de quilômetros quadrados de áreas naturais. E essa diminuição foi percebida em todos, de acordo com a pesquisa Contas do Ecossistema do IBGE.
A Amazônia, que é o maior bioma brasileiro, encabeça a lista em números absolutos, com uma redução de quase 270 mil quilômetros quadrados entre os anos de 2000 a 2018.
De acordo com a gerente da pesquisa Maria Luiza Fonseca, o grande vetor dessa mudança foi a agropecuária, com aumento de mais de 70% das áreas de pastagem e de quase 300% das regiões agrícolas.
A agricultura também continuou promovendo modificações no Cerrado, o segundo maior bioma do país, e que já responde por 44,6% de todas as áreas agrícolas do país e por 42,7% dos territórios destinados à silvicultura.
De acordo com a gerente do IBGE, apesar da diminuição das áreas naturais ter sido contínua em todo o país, há uma tendência de desaceleração dessas perdas, percebida principalmente na Caatinga e na Mata Atlântica.
No caso da Caatinga isso se explica pela maior parte das intervenções serem do tipo mosaico, com a ocupação do território por pequenas áreas rurais ou pastagens junto a áreas naturais. Já no caso da Mata Atlântica, isso também se deve ao fato de que no ano 2000, havia apenas 13,3% de cobertura florestal remanescente. Em 2018, essa porcentagem chegou a 12,6.
Mas essa tendência de desaceleração das perdas, não se efetivou no Pampa e no Pantanal. Percentualmente, o Pampa, presente na região Sul do país, foi o que mais encolheu neste período: 16,8%.
Em 2018, apenas 38% da extensão deste bioma ainda estava preservada, enquanto uma porcentagem semelhante já tinha sido convertida em área agrícola. Já o Pantanal apesar de ainda ter 90% de suas áreas naturais preservadas, mais de 75% das alterações feitas foram consideradas intensas, principalmente com a conversão dos campos em pastagem de manejo.