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Meio Ambiente

Mercado de Carbono: Temperatura global pode subir 1.8 grau até 2030

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Gabriel Brum* - Repórter da Rádio Nacional
30/08/2022 - 21:13
Brasília

Especialistas estimam que a temperatura global pode subir 1.8 grau Celsius, mesmo se forem cumpridas todas as metas estabelecidas pelo acordo de Paris, feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O dado é da Agência Internacional de Energia.

Já o IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, aponta que mesmo que todas as metas dos países sejam atingidas, as emissões de gases vão aumentar em 14% em 2030 se comparadas a 2010 quando a recomendação era que caíssem pela metade. O especialista em finanças e políticas climáticas do Banco Mundial, Alexandre Kossoy, explica que esses dados indicam que o mercado de carbono deve continuar a crescer, isso porque será necessário aumentar a compensação de carbono para se aproximar das metas.

Bem menos otimista é a visão do professor do Instituto de Física da USP e integrante do IPCC, Paulo Artaxo. Para ele, o valor da compensação deveria ser maior do que o da emissão, ou seja, se você emite uma tonelada deveria compensar duas vezes ou mais, por exemplo. Assim haveria um saldo positivo na captura: "Mas, infelizmente sequer a relação um pra um de emissão e captura está sendo aceita pelos mercados, porque na verdade esse mercado de carbono nunca decolou, nunca deu certo. E é uma tentativa de na verdade monetizar um patrimônio que é de toda a humanidade".

Artaxo defende que os governos, empresas e pessoas mudem de atitude para zerar as emissões de gases do efeito estufa. Ações como combate ao desmatamento e o desenvolvimento de uma agricultura de baixo carbono são essenciais no Brasil. Em termos mundiais o foco deve ser a substituição dos combustíveis fósseis.

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*Com produção de Michelle Moreira e sonoplastia de José Maria Pardal

 

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