Uma pesquisa da Embrapa analisa o uso da folha do pau-de-balsa, árvore nativa da Amazônia, para substituir o mercúrio na extração de ouro. O mercúrio traz sérios riscos à saúde humana e ao ambiente. Os estudos mostram que a folha da planta pode ser uma alternativa viável, sustentável e barata para a atividade garimpeira. Ainda há possibilidade de reflorestamento de áreas devastadas.
O projeto começou em 2020 com a designer de biojoias Raquel de Queiroz que procurava maneiras de produzir peças mais sustentáveis. Ela encontrou na cidade de Chocó, na Colômbia, o uso do pau-de-balsa de forma artesanal na extração de ouro. A pesquisadora da Embrapa Marina Morales explica que essa primeira etapa foi exploratória, com a caracterização química da folha do pau-de-balsa.
A segunda etapa da pesquisa é relacionada ao contato direto com ouro. Por isso, neste ano, um garimpo legalizado com mais de 70 garimpeiros da região de Peixoto de Azevedo, em Mato Grosso, foi selecionado para coleta de amostras e comparação da extração tradicional entre mercúrio e pau-de-balsa. Marina Morales dá detalhes sobre as fases seguintes da pesquisa.
O estudo da Embrapa também vai trabalhar na produção do pau-de-balsa para a recuperação de áreas degradadas nos próprios garimpos por meio de biofábricas locais. A árvore é conhecida por ter crescimento rápido e contribuir para melhorar o desenvolvimento das florestas.