A Bacia do Rio Amazonas registrou, nessa quinta-feira (19), novas mínimas históricas, divulgou o Serviço Geológico do Brasil.
Em Manaus, o Rio Negro atingiu 13,29 metros. Esse é o nível mais baixo em 121 anos. A cota está um metro abaixo do que já é classificado como “seca extrema”.
Em Itacoatiara, a mínima do nível do Amazonas chegou a 90 centímetros. Já em Parintins, chegou a 1,90 metro, o menor registro em 49 anos, desde que a ilha começou a medição.
Já o Rio Solimões registrou o nível mais baixo na cidade de Manacapuru: 3,61 metros.
Na altura de Porto Velho, capital de Rondônia, o rio Madeira atingiu sua mínima histórica no último dia 8, com 1,10 metro. Nessa quinta, houve um pequeno aumento, registrando 1,85 metro, muito longe de volumes que façam Porto Velho retornar à normalidade.
O prefeito da capital, Hildon Chaves, decretou situação de emergência. A diminuição histórica do nível do rio Madeira prejudica a navegação e contribui para o desabastecimento de água potável, alimentos, remédios e outros serviços básicos às comunidades ribeirinhas. Segundo a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia, pelo menos 15 mil pessoas são afetadas pela falta d’água.
E a situação não vai melhorar tão cedo. O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico preveem que a escassez de chuvas deve durar até o final de abril do ano que vem. Inicialmente, o decreto é válido até 30 de novembro, mas pode ser prorrogado.
Em junho passado, foi aprovado o Plano de Contingência da Agência Nacional das Águas para enfrentamento dos impactos do El Niño sobre os recursos hídricos do Brasil. Um dos pontos do Plano foi a instalação de uma Sala de Crise da Região Norte, reunindo vários órgãos. A missão desse grupo é pensar estratégias conjuntas para o enfrentamento da seca.
Na tarde desta sexta-feira (20), acontece mais uma reunião do grupo de trabalho, com transmissão ao vivo pelo canal da agência no YouTube.