A Organização das Nações Unidas alerta que se o ritmo do aquecimento global não for reduzido, teremos insegurança alimentar no mundo nas próximas décadas. E para especialistas, uma agropecuária mais orgânica pode reduzir as emissões de gases do efeito estufa, melhorar os solos e a resiliência das culturas.
Esses fatores, e a maior importância que as pessoas dão à preservação ambiental e à saúde, podem levar o mundo pra uma transição orgânica no campo. Segundo dados publicados no portal Agro do Sebrae, esse tipo de cultivo cresceu 400% entre os anos 2000 e 2020.
Atualmente, a Oceania lidera o ranking da produção orgânica no mundo, segundo a pesquisadora da Embrapa, Mariane Vidal.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estima que no Brasil há 25 mil produtores orgânicos regularizados. A maioria, em pequenas áreas, como explica Claudimir Roberto Sanches, auditor fiscal federal Agropecuário do ministério.
A lei brasileira define que as técnicas e os serviços da produção orgânica não podem colocar em risco a saúde dos consumidores, trabalhadores e do meio ambiente. Por isso, é mais segura que a convencional, como explica Claudimir Sanches.
Essa prática, de acordo com o auditor fiscal, reduz a contaminação do solo, da água, do ar e dos alimentos.
O desperdício de qualquer espécie, como o de água e dos próprios alimentos, também é reduzido e o bem-estar dos animais precisa ser garantido.
Nas lojas, o produto orgânico é identificado pelo selo SisOrg, do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica.
Já nas feiras, o produtor orgânico não precisa do selo para venda direta ao consumidor, mas precisa ter cadastro junto Ministério da Agricultura.
Mas, toda essa cadeia de certificação e produção ainda não está totalmente estruturada e enfrenta dificuldades. A pesquisadora da Embrapa, Mariane Vidal, fala sobre essas dificuldades.
O auditor fiscal do Mapa, Claudimir Sanches, explica que o governo federal tem atuado em duas frentes para melhorar esse cenário.
Apesar das dificuldades que ainda envolvem a transição para o sistema de produção orgânica, o pesquisador Jean Revillion da da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, considera que esse tipo de cultivo pode ajudar a enfrentar as mudanças climáticas.
A COP 28, a Conferência do Clima que acontece agora, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, tem como tema a emergência climática mundial. E a grande expectativa é que os países definam prazos e medidas para combater o aquecimento global e as mudanças climáticas