OIT: estresse por calor impacta segurança e saúde dos trabalhadores

2,4 bi de trabalhadores correm risco de conviver com calor extremo

Publicado em 06/08/2024 - 15:43 Por Madson Euler - repórter da Rádio Nacional - São Luís

O estresse por calor está tendo sérios impactos na segurança e saúde dos trabalhadores, pois eles são expostos a temperaturas diárias mais altas, bem como a ondas de calor mais frequentes e severas. Dados da Organização Internacional do Trabalho apontam que 70,9% da força de trabalho do planeta, o equivalente a 2,4 bilhões de pessoas, estão sob risco de conviver com o calor excessivo em sua rotina. 

Aqui no Brasil, segundo o Diretor da OIT no país, Vinícius Pinheiro, mais de 20 milhões de pessoas estão sob maior risco de desenvolverem doenças como câncer de pele, doenças cardiovasculares, respiratórias, ou aquelas transmitidas por vetores, como a dengue, por trabalharem ao ar livre, com maior exposição ao sol, às altas temperaturas e às radiações. Trabalhadores que atuam em áreas como agropecuária, limpeza urbana, reciclagem e transporte já são os mais afetados. 

Durante entrevista para o canal de notícias da ONU na internet, Vinicius destacou algumas medidas adaptativas que precisam ser adotadas dentro dessa nova realidade climática. 

“O Brasil tem um sistema de regulamentação bastante avançado. Mas o problema é que isso não chega à economia informal, a quem mais precisa, a  quem tá mais exposto a esses riscos extremos. Tem a ver, claro, com a utilização dos equipamentos apropriados, mas também com a adequação na jornada de trabalho, para que elas não coincidam com picos de sol, com picos de calor. Mas ainda é necessário trabalhar a parte conscientização e de incorporação de também de materiais que são necessários à proteção”.

Segundo a ONU, estima-se que o calor mate quase meio milhão de pessoas por ano, o que é cerca de 30 vezes mais do que ciclones tropicais. Para o relatório da Organização Internacional do Trabalho divulgado em julho passado, à medida que as temperaturas diárias sobem acima de 34°C, a produtividade do trabalho cai 50%. A agência prevê que o estresse térmico no ambiente laboral custará US$ 2,4 trilhões à economia global até 2030.

Edição: Nadia Faggiani / Fran de Paula

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