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Meio Ambiente

Brasil teve recorde de eventos climáticos extremos em 2023

De acordo com a Fiocruz, expectativa para relatório de 2024 é pior
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Estagiário Caio Azevedo com supervisão de Paula de Castro
10/10/2024 - 18:42
Rio de Janeiro
Seca no Amazonas - A crise hídrica reduziu drasticamente o volume dos rios na região Norte, causando forte seca em toda a região amazônica, como no Rio Madeira - Foto: Defesa Civil/Porto Velho
© Defesa Civil/Porto Velho

O ano de 2023 foi o que teve maior número de eventos climáticos extremos na história do país. Esses eventos são fenômenos como, por exemplo, secas, ondas de calor ou frio, tempestades, enchentes e deslizamentos. Só de 2020 a 2023, o número de pessoas doentes devido a desastres ambientais cresceu mais de 100 mil.

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (10) em um painel desenvolvido pelo Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz. A publicação usa dados dos últimos 24 anos da Defesa Civil para ilustrar em números o aumento dos eventos extremos.

Os dados de 2024 ainda não estão completos, mas as expectativas não são boas. Segundo os pesquisadores da Fiocruz, os números de desastres climáticos devem crescer ainda mais este ano.

A enchente no Rio Grande do Sul e as recentes queimadas na Amazônia e no Pantanal são alguns dos eventos que apontam para uma crescente na quantidade de eventos extremos em 2024. Além disso, diversos rios importantes do país registraram baixas históricas este ano. Como por exemplo o Rio Negro, em Manaus, que apresenta o menor nível já registrado, e o Rio Solimões, no Amazonas, que está na terceira menor cota da história.

Para os pesquisadores, as mudanças climáticas são o motivo para que desastres como esses estejam cada vez mais frequentes e intensos.

Estes eventos extremos também representam um grande risco à população. Pessoas com problemas cardiovasculares, por exemplo, têm maior risco de infarto por conta da fumaça das queimadas. As vítimas de enchentes ficam mais expostas a doenças transmitidas por vetores e leptospirose. Além disso, os desastres ambientais podem representar até um aumento de casos de estresse pós-traumático.

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