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Meio Ambiente

Especialistas alertam para os impactos ambientais do uso da IA

Essas tecnologias gastam 7% da eletricidade consumida no mundo.
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Gabriel Correa – Repórter da Rádio Nacional
21/03/2025 - 08:37
São Luís
Imagem ilustrativa mostra homem digitando código em computador. 01/03/2017 Reuters/Kacper Pempel/Proibida reprodução
© Reuters/Kacper Pempel/Proibida reprodução

Usar as redes sociais, participar de videoconferências, assistir filmes em plataformas, mandar fotos para os amigos e fazer o uso cotidiano da inteligência artificial. Pessoas, governos e empresas dependem cada vez mais de tecnologias de informação e comunicação. O que nem todo mundo vê é que o aumento da demanda por esses serviços traz impactos ao meio ambiente. Segundo a Agência Internacional de Energia,  cerca de 7% da eletricidade consumida no mundo é atualmente usada por essa infraestrutura. O consumo mundial pode dobrar em 2026 em relação a 2022, quando foi de 460 terawatts / hora (TWh). Uma quantidade de energia equivalente a 90% de tudo que o Brasil consumiu naquele ano. Uma das principais causas são as ferramentas de inteligência artificial, segundo divulgado neste mês pela revista Fapesp. Cada pergunta simples respondida pelo ChatGPT, por exemplo, consome dez vezes mais energia que uma busca similar feita no Google. 

Para combater essa tendência, algumas propostas incluem elevar a eficiência energética das máquinas e priorizar o uso de energias renováveis em data centers. Quem explica é o especialista em tecnologia e inovação Arthur Igreja. Segundo Arthur, o sucesso do chatbot chinês DeepSeek, lançado em janeiro e que apresentou desempenho comparável ao dos modelos da OpenAI e do Google, entram nesse contexto. 

“Nós temos a questão da utilização de fontes de energia renováveis justamente para alimentar esses centros de dados. Então o Brasil aí pode ser um protagonista da sua matriz. Mas eu diria que a coisa mais promissora que existe são estratégias de treinamento aprendizado aí no campo do software, no campo do algoritmo. E é por isso que o evento da Deep Seek foi tão importante. Porque evidenciou isso. que é possível utilizar a IA com muito poder e uma de uma forma mais enxuta.”

O autoconsumo de água pelas infraestruturas de inteligência artificial também preocupa. A maioria dos grandes data centers do mundo utilizam refrigeração líquida para equipamentos de grande porte.  Um dos chatbots do chat GPT-3, por exemplo,  consumiu em média uma garrafa de meio litro de água para cerca de 10 a 15 respostas de tamanho médio. Para Arthur Igreja, existem opções viáveis para enfrentar esse problema ambiental. 

“Por exemplo, vários data centers têm sido instalado já em regiões mais frias. Alguns são até submersos, porque aí você demanda menos estrutura de arrefecimento. E aí é claro, nós temos essa promessa de chips quânticos que aumentariam drasticamente o poderio da IA. Então com o consumo energético menor; Fazendo comparativo com o processamento feito. Enfim, são várias frentes complementares, eu diria.”

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, os governos devem estabelecer padrões para medir o impacto ambiental da inteligência artificial. 
 

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