logo Radioagência Nacional
Meio Ambiente

Em Brasília, crianças indígenas pedem proteção da floresta e do futuro

Acampamento Terra Livre terminou hoje na capital federal
Baixar
Gabriel Brum – Repórter da Rádio Nacional
11/04/2025 - 17:39
Brasília
Brasília (DF) 11/04/2025 As ministras do Meio Ambiente, Marina Silva e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, receberam das crianças indígenas que participam do Acampamento Terra Livre (ATL), uma carta com suas próprias demandas sobre proteção ao meio ambiente, mudanças climáticas, a COP30 e os direitos dos povos indígenas.  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A proteção da floresta e do futuro é a reivindicação das crianças indígenas no Acampamento Terra Livre. Elas entregaram uma carta às ministras Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, e Marina Silva, do Meio Ambiente, nesta sexta-feira (11), último dia da mobilização.

A jovem Yará Santos, de 9 anos, do povo Sateré-Mawé, fez a leitura da carta no início da cerimônia. Ela disse que a natureza está mudando e que já é possível sentir o impacto negativo dessa mudança.

“Nosso chão que tá queimando sob essa fumaça, as árvores que tão sendo cortadas. Porque, se não tem árvore, como é que a gente vai respirar? E essas árvores estão sendo desmatadas, e a gente não tem como mais respirar o ar puro. A gente só está respirando o ar poluído que a gente tem hoje. Se a gente continuar assim, nosso futuro, para nossas crianças, vai ser o mesmo que a gente tá sofrendo agora”.

Luna Katariru, de 8 anos, do povo Manchineri, manifestou o que ela espera das autoridades do país:

“A gente quer compromissos reais. Reais! Parem de desmatar, porque a vida não depende só de desmatar. A gente somos o futuro do mundo (sic). A gente somos o futuro (sic), a gente somos o presente (sic) e o agora”.

O coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Kleber Karipuna, destacou os encontros com ministros e parlamentares durante o evento, a participação na COP30 e avanços nas pautas de educação, saúde e cultura indígena. Karipuna disse que a pressão vai continuar pela demarcação da terra indígena Xukuru-Kariri, em Alagoas, a única que falta dos 14 territórios prioritários definidos na transição de governo, em 2022.

“Tem um cenário, né, que vocês estão acompanhando aí, tenso dessa relação com os governadores, dessa relação com os políticos, e a gente tá trabalhando, pressionando para que essa última terra dessa lista de 14 seja homologada, mas também que outras sejam, que foram declaradas, possam ser ainda, né, anunciadas durante esse mês de abril”, destacou Karipuna.

Cerca de oito mil indígenas de 200 povos de todas as regiões do país participaram do encontro, segundo a organização.

x