A vida de Ricardo Cesar Coura, de 36 anos de idade, mudou depois de um acidente de trabalho em dezembro do ano passado. Metalúrgico em uma empresa localizada em Santana de Parnaíba, no estado de São Paulo, ele perdeu as mãos quando manuseava uma prensa, utilizada para dobrar chapas de ferro.
Ricardo Coura foi o primeiro brasileiro a testar uma mão mecânica de plástico feita em uma impressora 3D. O material utilizado é simples: além do plástico, a prótese é feita com linha de pesca, elástico e borracha. O aparelho confeccionado em três dimensões custa cerca de 400 reais, enquanto o preço da mão robótica tradicional varia de mil a 1.200 reais.
Ricardo conta que a prótese de plástico ajuda a realizar atividades básicas do dia-a-dia.
Segundo a professora de Engenharia Biomédica da Universidade Federal de São Paulo e idealizadora do projeto no Brasil, Maria Elizete Kunkel, a iniciativa será testada também em crianças.
A ideia, inspirada na invenção de um sul-africano, é utilizada com frequência nos Estados Unidos. Alfredo Schmitt, presidente do Primeiro Congresso Brasileiro do Plástico que será realizado em novembro no Rio Grande do Sul, diz que um grande diferencial é o baixo peso da prótese.
Uma das grandes barreiras para o desenvolvimento do projeto no Brasil é o preço da impressora 3D. Uma industrial, por exemplo, chega a custar 500 mil dólares. O desafio da equipe brasileira de pesquisadores é fazer uma prótese com a mesma qualidade utilizando uma impressora de baixo custo.
As próteses de plástico feitas em 3D ainda não são vendidas no país. Segundo a professora Elizete Kunkel, a ideia é produzir os aparelhos e doar para os pacientes que estiverem na lista de espera. Ela disse ainda que a nova tecnologia não deve demorar a conquistar espaço no Brasil.