A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou, nesta sexta-feira (26), em coletiva de imprensa na sede da instituição, que entrou na última fase de desenvolvimento da vacina para esquistossomose, após 30 anos de pesquisas.
A SM14, como é chamada, estará disponível para produção em larga escala e distribuição pelo Sistema Único de Saúde em três anos.
Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a vacina, a primeira contra parasita no mundo, interrompe o ciclo de transmissão da doença, que atinge 200 milhões de pessoas no mundo.
A nova fase de estudos clínicos vai testar a substância em moradores do Senegal, na África. Ela será injetada em 350 voluntários para ser experimentada em uma área onde a doença é altamente endêmica. O Senegal foi escolhido, também, porque conta com as duas espécies do parasita que transmite a esquistossomose. A etapa final vai avaliar a segurança do produto e é a mais importante.
A pesquisa para o desenvolvimento da vacina foi escolhida como uma das cinco prioridades pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A esquistossomose está relacionada à precariedade de saneamento e é transmitida pela água contaminada com as larvas do verme.
A doença tem áreas endêmicas em mais de 70 países. No Brasil, 19 estados apresentam casos, com predominância na região Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo.
