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Inovação

Embrapa cria arroz resistente a doença que contamina grão em diversos países

Melhoramento Genético
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Ariane Póvoa
27/04/2017 - 09:32
Brasília

Uma pesquisa desenvolvida pela Embrapa criou as primeiras linhagens brasileiras de arroz resistentes a principal doença que assola a cultura em diversos países.


O estudo utilizou um método de melhoramento genético preventivo, uma vez que a bactéria Xanthomonas oryzae ainda não foi registrada no Brasil.


De acordo com o pesquisador Paulo Hidéo Rangel, melhorista da Embrapa Arroz e Feijão e um dos responsáveis pelo estudo, trabalhar preventivamente ajuda a diminuir os custos e aumenta a eficiência do processo de combate, caso a doença venha a se instalar no Brasil.


“Essa doença é muito agressiva. É um estudo que nós estamos fazendo, é um trabalho preventivo. Se um dia essa doença entrar, nós vamos ter materiais resistentes e, ao mesmo tempo, nós vamos desenvolver também técnicas de controle usando algum produto químico”, afirma Rangel.


O pesquisador ressalta que “a ferrugem da soja é um caso que entrou [como] uma doença exótica no país que nos custou e custa até hoje bilhões de dólares no controle.”


Para desenvolver as linhagens resistentes, os pesquisadores acessaram o Banco de Germoplasma da Embrapa Arroz e Feijão, que abriga quase 30 mil variedades coletadas em todo o mundo, e realizaram o cruzamento das amostras.


Os testes de resistência foram realizados no Panamá, país com ocorrência da doença.


Outros países vizinhos, como Colômbia e Venezuela, que fazem fronteira com estados da Amazônia, também já tiveram registros da bactéria, o que pode facilitar a entrada da doença no Brasil, explica Paulo Hidéo.


“Com essa intensificação desses meios de transporte, principalmente avião, é muito fácil desse material entrar. Mas, por exemplo, por via terrestre, Roraima planta arroz e faz fronteira com a Venezuela. Pode entrar por lá por via terrestre.”, disse o técnico da Embrapa.


Após os testes de resistência das linhagens brasileiras no Panamá, os pesquisadores pretendem testar o material também na Colômbia.

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