Estudo com amostras de esgoto ajuda a identificar subnotificação de casos de Covid-19
Estar sempre um passo na frente para evitar novas vítimas do coronavírus. Esse é o desafio dos cientistas brasileiros durante a pandemia.
Para os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, todas as pistas são importantes. Uma das mais recentes foi o experimento de coletar amostras de esgoto em 29 lugares de Niterói. O resultado é que os cientistas identificaram a presença do novo coronavírus em 94% dos materiais.
Mas para que serve isso? Ao rastrear por onde está o vírus, é possível fazer ações de prevenção com estratégia. A pesquisadora Marize Pereira, chefe do Laboratório de Virologia Comparada, explica que os dados antecipados ajudam a descobrir onde estão as pessoas assintomáticas.
“Os resultados mais importantes foram obtidos em determinadas comunidades do município onde o número de casos estava subnotificado. E a informação do estudo permitiu que as equipes da Secretaria em Vigilância em Saúde atuassem e intensificassem as testagens e isolamentos dos casos positivos”.
É um desafio de investigação e tanto. Para ter validade, o sistema de esgoto de uma cidade precisa ter controle total sobre os caminhos da rede. Outro dado que a pesquisadora da Fiocruz trabalha é que, até agora, não há evidência, que o esgoto transmita o vírus.
“Não tem evidência que essa transmissão ocorra na natureza. É sempre importante lembrar que o coronavírus é envelopado e ele é pouco resistente a condições ambientais”.
A pesquisa, que começou em abril, tem duração prevista de um ano ainda. Nesse caminho de investigação, toda descoberta pode salvar muitas vidas.