Espécie de peixe é usado por pesquisadores para estudar os efeitos do alcoolismo e formas de tratamento para a doença.
Pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte está traçando o perfil de pessoas que são mais suscetíveis ao alcoolismo e qual o melhor tratamento para os dependentes dessa droga.
E para isso, a universidade está pesquisando os pequenos peixes-zebra. A espécie foi escolhida por sua similaridade comportamental com os humanos, como explica a professora e pesquisadora Ana Luchiari.
“A expressão de comportamentos que se assemelham entre os dois grupos, então o 'zebrafish' ele é diurno, ele é um animal que é social, ele tem uma dependência pelo grupo social bem grande. Ele tem os comportamentos de natação com expressão de respostas de ansiedade, por exemplo, ele tem comportamento tipo depressivo. Ele tem a busca pelo álcool, então isso assemelha ele ao ser humano.”
A pesquisa, que é realizada desde 2010, já encontrou um perfil. Ao analisar as respostas dos peixes ao álcool, o estudo constatou que os peixe-zebras mais corajosos, por ter uma resistência maior ao álcool, buscam mais quantidades da droga.
“Isso indica uma tendência à busca pelo álcool mais elevada, então o indivíduo que é mais ousado ele precisa de doses mais elevadas e isso pode gerar então uma dependência mais pra frente.”
Sobre o uso de medicamentos, a pesquisa conclui que cada personalidade responde a um tratamento diferente. Indivíduos tímidos, por exemplo, devem receber dosagens e tipos de remédios diferentes daqueles mais corajosos.
Atualmente, o estudo está em uma nova fase e realizando testes com novas formas de tratamento, como os princípios ativos do chá de ayahuasca.
O trabalho conta com colaborações da Universidade Estadual de Criciúma e da PUC de Porto Alegre.
*Com supervisão de Raquel Mariano
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