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Inovação

Desastre em Brumadinho: UFV desenvolve tecnologia para salvar plantas

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Eduardo Cupertino* - estagiário da Rádio Nacional
12/09/2022 - 08:13
Brasília

A tragédia do rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais, no ano de 2019, causou, além das 272 mortes, destruição em cerca de 130 hectares de vegetação nativa, segundo a Associação Mineira de Defesa do Ambiente. Para ajudar no reflorestamento da região atingida, cientistas da UFV, a Universidade Federal de Viçosa, estão clonando árvores nativas ameaçadas de extinção para acelerar a recuperação do espaço destruído.

O professor Gleison dos Santos, do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Viçosa, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, conta como funciona: "no caso lá de Brumadinho, antes que essas árvores morram, que elas vão definhar com o tempo e vão morrer, a gente vai até lá, pega o seguimento da planta, como um ramo. Esse ramo contém o DNA da planta. Então nós fazemos cópias dessa planta, desenvolvemos pode ser 1,2,3,10 ou 100 cópias dessa planta e aí depois que a área é limpa lá no córrego do feijão, no rompimento da barragem a gente volta com essa planta pro campo já florescendo.”

A técnica de clonagem possibilita que os cientistas não percam o DNA da planta, permitindo estudos em espécies sem que haja variação genética. No caso de Brumadinho, por conta da necessidade de rapidez no reflorestamento, os pesquisadores criaram uma técnica específica para isso, explica o professor Gleison: “Nós desenvolvemos na UFV uma técnica de florescimento precoce. Então uma árvore que iria florescer em 10 a 12 anos, ela floresce em um ano, um ano e meio pós utilizar essa técnica. Então eu volto com essa planta com um ano pro campo e ela já está florescendo. É uma árvore, uma planta, ela faz a sua máxima função na natureza quando ela tem flores e frutos e o ciclo biológico e reprodutivo da vida acontece.

A pesquisa é desenvolvida em conjunto com a Vale, e hoje conta com clonagem de apenas cinco espécies, mas pretende expandir a quantidade de espécies e os biomas explorados já que segundo os responsáveis, a técnica pode ser aplicada na recuperação da biodiversidade vegetal em escala global.

*Com supervisão de Jacson Segundo

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