Há 53 anos, o então vice-presidente João Goulart voltava ao Brasil para assumir a Presidência da República. O país estava mergulhado em grave crise institucional. Em vinte e cinco de agosto de 1961, o presidente da República Jânio Quadros renunciou ao cargo, enquanto o vice, João Goulart, estava em visita à China.
O Brasil vivia momentos de instabilidade política. Os militares, sob influência dos Estados Unidos, temiam um governo de esquerda e ameaçaram derrubar o avião que trazia João Goulart de volta ao país. Leonel Brizola, cunhado de Goulart e então governador do Rio Grande do Sul, inicia a campanha da legalidade, pregando a posse de Jango, como João Goulart ficou conhecido.
Brizola falava ao povo pela Rádio Guaíba. Seus discursos eram transmitidos a partir de um estúdio montado no porão do palácio Piratini, sede do governo gaúcho em Porto Alegre. Em ondas curtas, a campanha alcançava ouvintes em outros estados e mobilizava a população.
Como os militares não cediam, e Brizola também não, a situação ficou grave. Brizola se entrincheirou no palácio. Mobilizou a Brigada Militar e distribuiu armas para a população resistir. Milhares de pessoas foram às ruas para garantir a posse de Jango.
Em 29 de agosto os militares programaram um ataque com aviões da FAB ao Palácio Piratini. Era ordem para matar Brizola e todos os que estivessem com ele. No entanto, o ataque foi sabotado pelo próprio pessoal de controle das forças armadas.
Mauro Borges Teixeira, então governador de Goiás, se aliou a Brizola no movimento pela posse de Jango, apoio considerado importante tendo em vista a proximidade de Goiânia com Brasília. Ele transformou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, em um quartel-general dos legalistas e usou a Rádio Brasil Central como difusora do movimento.
Forças Armadas mandaram aviões da FAB sobrevoarem a capital goiana como forma de intimidação. A ameaça de invasão causou pavor e o governador Mauro Borges cogitou armar a população para resistir. Paralelamente aos enfrentamentos promovidos pelos dois governadores, era negociada no Congresso Nacional uma solução política. Em dois de setembro foi aprovada uma emenda constitucional alterando o regime de governo para o parlamentarismo.
Com os poderes de Jango limitados ao de um chefe de estado e não de governo, os militares afinal aceitaram que ele tomasse posse no cargo de Presidente da República. Em cinco de setembro de 1961 João Goulart retorna ao Brasil, tomando posse dois dias depois.
História Hoje : Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. É publicado de segunda a sexta-feira. Apresentação Márcia Dias. Sonoplastia Messias Melo.