A Justiça Federal em Curitiba ouve o depoimento do ex-Diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Como assinou um acordo de delação premiada, Paulo Roberto é obrigado a responder a todas as perguntas feitas pela força-tarefa que investiga o caso.
Ele está sendo ouvido na ação penal em que o ex-diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró, e o empresário Fernando Soares, conhecido com Fernando Baiano, são réus.
No processo, Cerveró, Baiano e o ex-consultor da Toyo Setal, Julio Almeida Camargo, são acusados de fazer parte do esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras e pagamento de propina a partidos políticos.
Ontem, o juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações, retirou o sigilo dos depoimentos dados sobre a delação premiada.
Neles, o doleiro Alberto Yousseff afirma que os partidos PP e PT recebiam dinheiro do esquema. Segundo Yousseff, o dinheiro foi entregue nos escritórios de Julio Camargo em São Paulo e no Rio de Janeiro, e que antes de passar o dinheiro ao consultor, retinha o percentual devido ao PP.
Disse ainda que o escritório de São Paulo servia para pagamentos ao PT.
A entrega de dinheiro nos escritório de Camargo ocorreu entre 2005 e 2012. O valor operado, segundo Yousseff, foi de R$ 27 milhões. Youseff disse ainda que o ex-ministro José Dirceu seria um dos elos de Júlio Camargo com o PT, e que o nome dele era um dos indicados do partido para o recebimento de recursos.
Em nota, José Dirceu repudiu as declarações e negou ter representado o partido em negociações com Camargo ou construtoras.